Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL V (2020)

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Relatório de Estagio Básico em Psicoterapia Breve
Ana Carolina Araújo Carvalho

Última alteração: 2020-12-09

Resumo


Relatório de Estagio Básico em Psicoterapia Breve

Estagiária: Ana Carolina Araújo Carvalho

Período: 8°

Supervisor(a): Jaqueline Duque Kreutzelfeld Toledo

Introdução

 

O estágio básico em psicologia psicoterapia breve é composta por 120 horas dividida em duas etapas: supervisão e atendimento presencial. As supervisões foram realizadas na segunda-feira quinzenalmente às 18:00 horas, e os atendimentos semanalmente de 7:00 horas às 11:00 horas na sexta-feira no Centro de saúde do município de Tocantins - MG. Com a orientação da supervisora Jaqueline duque Kreutzelfeld Toledo.

 

O atendimento foi realizado de forma exclusiva com paciente em uma sala do Centro de Saúde, durando em média de 30 a 50 minutos. Geralmente cada paciente havia feito de início triagem com o psicólogo Carlos e logo encaminhado para cada estagiário. E assim, atender sua demanda.

 

O estágio básico em psicologia na psicoterapia breve tem por objetivo não apenas uma base prática para a aperfeiçoar na clínica os conhecimentos dos futuros profissionais da área de psicologia, mas também orientar o aluno a focar na demanda específica do indivíduo, o acolhendo e norteando a devida forma de procedimento.

Descrição das atividades

 

Estágio básico em psicologia psicoterapia breve é composto por supervisão, realizada na segunda-feira no horário de 18:00 horas às 19:00 com a orientação da professora Jaqueline Duque. O atendimento é realizado no Centro Integrado de Saúde na sexta-feira no horário de 7:00 horas às 11:00.

 

No primeiro dia da supervisão foi pautado a importância de acolher entender a queixa trazida pelo paciente. E descrito procedimentos corretos a desempenhar durante o atendimento. Destacando a importância de acomodar o paciente sem o constranger.

 

Por ser uma época delicada de enfrentamento pandemico ao Covid - 19, foi ressaltando na primeira supervisão também as regras de precauções durante o atendimento, como o uso de máscaras e o distanciamento de 2 metros de distância entre paciente e a mesa, e a limpeza do ambiente com álcool e gel na troca de cada paciente.

 

Durante o período de estágio básico em psicoterapia breve pude atender diversos pacientes com as mais variadas queixas, o que me possibilitou o aprimoramento dos meus conhecimentos para uma futura prática clínica.

 

Frequentemente cada paciente fazia triagem como psicólogo Carlos do Centro Integrado de saúde e era encaminhado ao estagiário. Antes de atender o paciente já se conhecia a queixa esse caso, até os sintomas. Então na primeira sessão já se acolhia o paciente entendendo a sua queixa.

Todos os casos eram quinzenalmente levados a supervisão, relatados e orientado pelo supervisor.

 

Descrição de atendimentos aos casos

Ao retornar ao estágio o primeiro caso que ocorreu o atendimento foi de uma mulher de 35 anos que se queixava de muito desânimo, choro e insônia. Que relatava sentir muita falta da mãe que havia falecido há quase três anos. No decorrer do atendimento a mesma demonstravam baixo auto estima e dificuldades de dizer não para pessoas do seu convívio. Inconformada com a morte da mãe a paciente demonstra ter dificuldade em qualquer âmbito de sua vida.

A paciente reclamava muito insônia, contava que por muitas vezes custava pegar no sono e muitas vezes acordava do nada e não conseguia dormir mais. Nesse dia trabalhamos mais sobre as causas que lhe tiravam o sono ou pensamentos repercutidos antes do sono, entendendo a importância de ter uma boa noite de sono. Em outros casos a paciente trouxe uma insatisfação de comprar certos produtos e não conseguir usar por vergonha ou achando que inadequado para ela mesmo tendo comprado e que isso lhe causava um desconforto.

Todas as queixas da paciente foi bem acolhida levado em supervisão executado logo após. No décimo atendimento desta paciente foi reconhecido que não era necessário mais continuar, pois as demandas trazida por ela haviam concluído no decorrer do atendimento, mesmo perdendo mais um ente querido novamente.

 

O segundo caso também é continuação do outro estágio, um homem de 62 anos de idade. Este paciente iniciou o atendimento por influência de sua irmã que tomou iniciativa de levá-lo ao médico e marcar atendimento psicológico para ele devido ao alcoolismo e uma queda embriagado. Este paciente durante umas cinco sessões trazia uma fala elaborada e forçada, resistente, tentando no final deixar bem claro que estava bem e não bebia mais. Em outras vezes, o mesmo realizou uma viagem e no retorno já mudou a sua fala. Trazendo aspectos do cotidiano e admitindo que bebi um pouco. Logo depois em contato com a Olívia psicóloga do NASF que faz acompanhamento residencial no bairro do paciente, relatou que o mesmo havia bebido muito novamente e passado muito mal, ocorrendo um principio de infarto.  O paciente não levou esta condição ou caso em sessão. Apenas relatou que precisava mudar, porque as pessoas ao seu redor estava sofrendo e ele não estava ganhando nada com isso ao contrário, estava perdendo tudo o que havia conquistado. Neste dia o paciente apresentava muito batido, um semblante triste, e falas pausadamente e pensativo.

Foi necessário estender algumas sessões a mais a este paciente, por conta da sua demanda não resolvida, e seu momento de angústia atual. E estava iniciando um tratamento no CAPs. Na segunda semana em que o paciente estava medicado houve uma melhora na autoestima do paciente, onde ele já estava com uma característica mas alegre, e não levava fala, logo um paciente que depois que houve transferência trazia muita fala, porém medicado e com humor elevado não trazia. Logo após ocorreu a alta para este paciente que não levava mais demanda.

O terceiro caso é de uma mulher de 23 anos, essa paciente pediu um atendimento de urgência por conta de uma crise no dia interior. A paciente relata fazer uso da Centralina, respiridona, clonazepam depaquene. Segunda paciente no dia anterior ela havia sentido mais uma crise, e essas crises vinham como sintomas coração acelerado, sudorese, falta de ar e outros. Paciente conta que por várias vezes já teve tentativa de suicídios e mutilações. Conta que na sua infância já matou alguns animais, mas que hoje em dia t animais e os amas, porém só os seus. Relata que sua infância foi dura, por conta do seu pai alcoólico e muitas vezes drogado. Que toda a família sofria na mão do pai impaciente e agressor. Que muitas vezes quando está em um local com gritaria lembra vagamente de sua infância, e remete muito a lembrança do pai emburrado a cabeça da irmã em direção a pia de marmore e lembra o quanto a menina chorou aquele dia. Diz ter forçado a mãe já uns 5 atrás separar do pai que ainda continuava na mesma situação. No decorre dos atendimentos a paciente se queixa do remédio não está funcionando, por ter sentido crise novamente e achar que a medicação não estava funcionando. A paciente relatou que durante uma visita que recebeu em casa ela se sentiu mal e se sentir vontade de cometer suicídio porém o seu companheiro a impediu no exato momento. Ela relatou que só vivia ainda por ele não só por ele te livrar da situação, mas por ter apenas ele mais ninguém.

As crises aconteciam semanalmente, até que um dia ela resolveu tomar todos os remédios ele acabou ficando sem remédio. Além de dia importância de continuar a medicação, mas entendia que era muito impulsiva no seu momento de crise. O seu companheiro que morava junto lhe ajudava, precisa muitas vezes não ter condições psicologicamente para poder ajudar a paciente. Durante o acompanhamento houve uma crise no relacionamento, e eles optaram de dar um tempo, e neste tempo ela o procurava e ele não dava atenção. E ela resolveu se permitir a conhecer outras pessoas. Depois disso, as falas trazidas eram totalmente diferente, era um falas de superação, e estava se sentindo melhor mesmo sem algumas medicação não sofria as crises.

Em uma de sessões a paciente acreditava ter achado o seu diagnóstico, e dizia que as características do diagnóstico que ela pesquisou era idêntico ao sintomas dela. E falou: Faz sentindo o porquê eu entrego o meu mundo na mão de terceiros. E ainda disse que não tinha certeza se queria voltar para o ex, porque antes ela não se achava suficiente para ele, mas agora percebe que ele não é suficiente para ela.

Essa paciente trazia suas demandas que eram discutidas em supervisão e devolvido a paciente, onde a mesma entendia a devolutiva com muita facilidade, sendo assim a condução ocorreu de forma leve.

 

O outro caso é de uma mulher de 49 anos de idade, que foi encaminhada de um clínico geral. A paciente já foi usuária do CAPs e parou porque não queria mais ir. Ela relata fazer vários usos de medicações, como: amitriptilina, bromazepam, fenobarbital, diazepam, clorpromazina. A mesma tinha muitas dificuldade de se locomover e até falar, precisou entregar sua tabelinha de remédios porque não sabia citar cada um.

Em sua casa vivia sua filha de 30 anos e o genro ambos usuários de crack. A paciente declarava a sua indignação com a filha e o genro, e sua falta de segurança na sua própria casa, e contava que não fazia todas as refeições devida, ficando por muitas vezes sem comer o dia todo. Ela dependia de vizinhos para preparar a refeição, lavar roupa, arrumar casa entre outros, por muitas vezes, pois tinha dia que ela não conseguia nem levantar da cama. Ela descreveu que sofria epilepsia diariamente, mas não lembrava como acontecia, só lembrava de um apagão.

Certa vez a paciente mencionou que havia muito medo na sua própria casa por conta de um abuso sexual que ocorreu na sua casa que não havia uma porta com tranca. Alegava que sentia muito medo, porém os remédios faziam com que ela apagasse.

Para fazer o atendimento com essa paciente era necessário entrar em contato com a agente de saúde do seu bairro pedindo a marcação da ambulância para realizar o atendimento semanal pois a paciente não tinha telefone e não lembrava de pegar o número do telefone do vizinho. Através da demanda trazida pela paciente foi necessário também entrar em contato com o cras em busca de assistência básica.

A última paciente era uma menina de 23 anos se queixava do controle dos pais em sua vida. Inconformada pelos pais intrometer em sua vida e por não deixá-la a ir todo domingo na casa do namorado. Pois o namorado não iria mais na casa dela por conta dos pais ter dado uma lição de moral nele. O namorado gostava de fazer brincadeiras que causavam ciúmes na paciente, dizendo que iria encontrar outra pessoa. Segundo paciente o namorado era mulherengo e havia mudado depois que começaram a namorar, mas o seu pai que já conhecia a fama do namorado não reconheci dessa forma. O pai aceitava o namoro mas impunha vários limites.

A relação da paciente com os pais na terapia era de raiva porém a mesma dizia que não  conseguia entrar em conflito com os pais que acatava todas as ordens e apenas comparava os seus direito com o direito da irmã, que dizia ter mais oportunidade de liberdade do que ela. Reclamando que sua mãe a colocava sempre para arrumar a casa sozinha argumentando que irmã fazia faculdade e não poderia arrumar a casa. A paciente relatava que não poderia trabalhar e também não tinha interesse em estudar. Ela disse: que se caso fosse trabalhar em algum mercado ou loja poderia se esbarrar com alguma ex do atual namorado.  Os pais eram resistentes e não deixava a menina sair com os amigos ou até com o namorado na maioria das vezes, tinha que dar satisfação em tudo que fazia, e se casos aí se havia horário para chegar em casa.

Em quase todas as sessões a paciente deixava claro sua indignação com os pais de não querer ir viajar com eles no final do ano pois o namorado não iria e os pais não queria deixar a menina sozinha. O namorado não tinha intenção nenhuma de ir e também não se importava se ela fosse. Em um das sessões frisamos a importância se ela tivesse algum compromisso como trabalho ou outras questões, pautando a importância de tomar algumas decisões ao invés de deixar para terceiros tomar.

Em todas as sessões a paciente demonstrou o quão importante é a figura deste namorado para ela, demonstrando obsessão e muita expectativa. A paciente é muito resistente e por isso houve uma dificuldade em desenvolver.

Durante o período o dia atendimento no Centro de Saúde é possível perceber que a fila de espera da unidade é grande, e tem várias pessoas de diferentes partes da cidade e casos, porém alguns pacientes que conseguiram ser atendido, não queriam dar continuidade por perceber que éramos apenas estagiários. E outros foram atendidos suprido as suas demandas e finalmente obtido a alta. Os atendimentos realizados por mim, os estudos e orientações realizadas pelo supervisor me ajudaram a construir uma grande base para o atendimento clínico.

 

Considerações finais

As orientações dadas pela supervisora Jaqueline Dulce, permitiria o relato do caso, a discussão, correção e entendimento de todos os casos estudados. Foram muito importantes para o enriquecimento de meus conhecimentos, obtendo todo suporte necessário para o meu aprendizado prático e teórico.

o estágio básico em psicologia psicoterapia breve realizado no segundo semestre do ano de 2020, me ajudou a obter na base experiência de conhecimento na prática clínica. Conhecendo o quão importante é o processo de focar em cima da demanda central do paciente, podendo amparar a demanda do paciente em um curto prazo. Podemos conhecer vários casos e procedimentos de cada qual naquele momento, trazendo uma compreensão de forma prática, além da teórica. Respeitando a singularidade de cada caso e tendo uma visão.

 

Acredito que o ideal proposto ao estágio tem sido alcançado com a realização dos objetivos propostos no início, que eram atendimento clínico em psicoterapia breve, acolhendo a demanda do paciente em um curto período. Suprindo algumas demandas e outras não. Mas trazendo comigo uma grande bagagem e aprimoramento dos meus conhecimentos para uma futura prática profissional na área psicológica clínica.

Referências

Cardella, B. O amor na relação terapêutica. 3° Edição. Câmara Brasileira do livro SP, Brasil. Summus.1994

Rogers, C. Torna – se pessoa.Martinsfontes.1961/2017

 

Referências

Cardella, B. O amor na relação terapêutica. 3° Edição. Câmara Brasileira do livro SP, Brasil. Summus.1994

Rogers, C. Torna – se pessoa.Martinsfontes.1961/2017

Geremia, L. A aliança terapêutica: um estudo de processo de uma paciente diagnosticada com transtorno de personalidade borderline. Unisinos. 2015 Disponível: https://www.google.com/search?q=como+fazer+referencia+de+artigo+cientifico&rlz=1C1VFKB_enBR747BR747&oq=como+fazer+referen&aqs=chrome.5.0i433j0j69i57j0l6.26407j0j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8

Almeida, M. Transferência e contra-transferência numa psicoterapia. Repositorio ISPA. 2012. Disponivel: http://repositorio.ispa.pt/handle/10400.12/2565

 

Almeida, M. Transferência e contra-transferência numa psicoterapia. Repositorio ISPA. 2012. Disponivel: http://repositorio.ispa.pt/handle/10400.12/2565