Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL V (2020)

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Relatório de Estágio Básico CRAS
Émille Souza Meireles, Francesca Stephan Tavares

Última alteração: 2020-12-08

Resumo


Relatório de estágio supervisionado básico da acadêmica de psicologia Émille Souza Meireles, discente do 6º período sob supervisão da Professora Dra. Francesca Stephan Tavares. Este relatório abrange o período de (10/08/2020 e 30/12/2020), com carga horária total de 65 horas e ocorreu de no formato Presencial– CRAS Agroceres.

Objetivo do Estágio: oferecer ao discente a experiência de atuação nos CRAS (centros de referência em assistência social) do município de Ubá, Minas Gerais.

Público alvo: usuários e profissionais do CRAS Agroceres.

Práticas, procedimentos e Intervenções: No dia 8 de Setembro de 2020, dei início ao Estágio no CRAS (Centro de Referência e Assistência Social) São João Ubá-MG. “As unidades dos CRAS são espaços físicos localizados em regiões mais pobres das cidades voltadas para atendimento socioassistencial. A equipe do centro identifica as necessidades dos indivíduos e das famílias de cada localidade, acolhe e insere em atividades coletivas e/ou, se necessário, encaminha os integrantes do grupo familiar para outros atendimentos” (MDS, 2007).

Chegando no local, pude notar que era um ambiente acolhedor, algumas salas onde são realizadas as oficinas e outras atividades, que até o momento vigente ainda se encontram suspensas, devido a Pandemia Covid-19. Nesse primeiro encontro recepcionada pela psicóloga, Thaís Carvalho, pude observar como é feito na prática o acolhimento das famílias. Segundo o Ministério Da Cidadania Secretaria Especial do Desenvolvimento Social, o acolhimento “é o processo de contato inicial do usuário com o PAIF e tem por objetivos instituir o vínculo necessário entre as famílias usuárias e o PAIF para a continuidade do atendimento sócio assistencial iniciado”.

Foram passadas algumas informações sobre o trabalho e funções realizadas pelo CRAS, quais as áreas de abrangência, oficinas (capoeira, ballet, dança, etc.), que eram feitas no local e também as atividades que os funcionários estão fazendo durante a quarentena, para que não percam os vínculos com os usuários do CRAS e as famílias. Algumas dessas atividades eram direcionadas principalmente para crianças e idosos (segundo a psicóloga, as pessoas mais afetadas com a Pandemia). “Conte-me uma história” foi uma maneira que eles encontraram para interagirem com esses usuários idosos, fazendo com que os mesmos respondam a algumas perguntas tais quais: “como foi sua infância”, “o que você mais gosta de fazer?”, “o que tem feito durante a quarentena?” entre outras, fazendo com que eles tenham espaços para escrever um pouco mais sobre sua vida, sentimentos e se sentir acolhido de certa forma. Fizeram algumas atividades para as crianças, com atividades, desenhos para colorir, caça palavras, tudo isso dentro da realidade da pandemia. Outra ideia que tiveram, está relacionada ao Setembro Amarelo (Campanha sobre a conscientização e prevenção ao suicídio), foi criado um grupo de Whatssap com alguns dos usuários e lá eles gravariam vídeos falando sobre o tema e no final, os vários vídeos virariam um só.

Nesse mesmo dia eu juntamente com a psicóloga, fizemos algumas visitas a domicílio (mantendo o distanciamento e sem entrar nas casas), de algumas pessoas que se encontravam com o cadastro desatualizado e que por algum motivo esse contato não foi possível via telefone.

Com intuito de englobar a maior quantidade de CRAS da cidade de Ubá, foi pedido que mudasse o meu local de estágio, uma vez que já havia outra estagiária no CRAS São João. Foi então sugerido a transferência para o CRAS Agroceres. Iniciei no novo local, dia 28 de Setembro. Aparentemente um lugar mais simples, localizado em um ponto não muito visível. Os funcionários são acolhedores e todos sentindo o impacto causado pela pandemia, uma vez que o movimento de usuários era quase raro e nenhuma oficina.

Alguns pontos relevantes foram as visitas, encaminhadas pelo Conselho Tutelar, realizadas pela psicóloga Yhorrana, a quem pude acompanhar. Essas visitas eram complicadas, uma vez que muitas famílias ficavam apreensivas ao receber visitas dos profissionais do Centro de Referência, quando encaminhadas por esse órgão, além de haver muitas mudanças de endereços de usuários, sem informar ao CRAS, dificultando o contato com os mesmos. Outros pontos foram: as entregas de alguns materiais, atividades para crianças (em comemoração ao Dia das Crianças) e lembrancinhas para as mulheres (outubro Rosa, prevenção ao câncer de mama), por meio desse ato, tive conhecimento de algumas pessoas da comunidade, das quais frequentam o CRAS. Ademais nos últimos dias de estágio pude participar de um grupo de convivência com jovens (seguindo todos os protocolos de medidas protetivas contra Covid-19, inclusive com número reduzido de integrantes), abordando o tema Consciência Negra e preconceitos.

Em decorrência dessa nova realidade, o estágio realizado no segundo semestre de 2020 foi realizado de forma gradual, uma vez que a ida ao Centro de Referência era somente quando tinha alguma demanda (acolhimento, visitas ou entregas de atividades).

Competências e habilidades: A analisar o campo de atuação profissional e seus desafios contemporâneos; analisar o contexto em que atua profissionalmente em suas dimensões institucional e organizacional, explicitando a dinâmica das interações entre os seus agentes sociais; avaliar fenômenos humanos de ordem cognitiva, comportamental e afetiva, em diferentes contextos; coordenar e manejar processos grupais, considerando as diferenças individuais e socioculturais dos seus membros; atuar, inter e multiprofissionalmente e de forma integralizada, sempre que a compreensão dos processos e fenômenos envolvidos assim o recomendar e; relacionar-se com o outro de modo a propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação profissional. Analisar a diversidade teórico-prática da Psicologia, compreendendo as teorizações mais apropriadas para a atuação do/a psicólogo/a social, compreendendo suas bases epistemológicas e metodológicas; Refletir e considerar sua responsabilidade, enquanto estagiário/a, na divulgação da prática do psicólogo/a social, reconhecendo suas competências e limitações na prática institucional, reconhecendo a necessidade de supervisão, autocuidado e educação permanente.

 

Referências bibliográficas usadas como suporte:

Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF. Ministério Da Cidadania Secretaria Especial do Desenvolvimento Social, 2015.

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Nacional de Assistência Social. CRAS, um lugar de (re)fazer histórias. Ano 1, n. 1, 2007. – Brasília : MDS, 2007.