Relatório de estágio supervisionado básico da acadêmica de psicologia Gabriela Patrício Moreira, discente do 8° período sob supervisão do Professor Bruno Feital Barbosa Motta. Este relatório abrange o período de 10/09/2020 a 30/11/2020, com carga horária total de 48 horas e ocorreu no formato presencial –  (2° Delegacia de Polícia Civil). Objetivo: O estágio tem se efetivado como espaço de promoção dos direitos da população em contexto de violência e lócus de formação profissional para os estudantes. Aconteceu na Delegacia Especializada em atendimento à mulheres que realiza ações de prevenção, proteção e investigação dos crimes de violência doméstica. A partir de uma parceria com a Unifagoc (Centro Universitário Governador Ozanan Coelho) foi prestado um trabalho de acolhimento a essas vítimas. O principal instrumento do psicólogo é a escuta, e a partir do acolhimento é levado a essas mulheres um espaço de fala que na maioria das vezes elas são privadas de possuir, destacando a importância de dar voz a essas mulheres. Ao longo de nossas reuniões e supervisões vimos todo processo histórico das vivências da mulher, e a construção cultural em que sua autonomia, desejo e história é barrado pela repressão do homem. Sendo eles, normalmente, homens que mantiveram ou mantêm relações afetivas/sexuais com a vítima, como: pais, filhos, companheiros, ex-companheiros. Meu plantão acontecia toda quinta-feira de 08:30 a 12:00 e pude acolher algumas mulheres, todas mães, com baixa faixa etária, trabalhadoras do lar e com baixo nível de escolaridade. A partir dos acolhimentos foi possível identificar demandas e apresentar possibilidades a essas mulheres, dentro de suas condições de redes e comunidade. Foram realizados contatos multidisciplinares para além do acolhimento na Delegacia, possibilitando que elas pudessem continuar com atendimentos psicológicos e psiquiátricos, quando necessário, assim como para seus filhos. Competências e habilidades: Com o contexto pandêmico em que estamos vivendo no ano de 2020, as mulheres estão expostas mais tempo do seu dia com o agressor, e aumentado consideravelmente os casos de violência doméstica. Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), em abril deste ano, a central de atendimento à mulher registrou aumento de 36% no número de ligações. A prática em campo trouxe a oportunidade de ressignificar e instrumentalizar as mulheres que vivenciam contextos de violência, por meio de espaços de escuta qualificada. E gerou grandes reflexões sobre a experiência do estágio no desenvolvimento de ações de cuidado à população e na formação profissional como estudante.

Referências bibliográficas usadas como suporte:

Proteção das mulheres durante a pandemia é tema do último dia de reunião do Mercosul. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/junho/protecao-das-mulheres-durante-a-pandemia-e-tema-do-ultimo-dia-de-reuniao-do-mercosul . Acesso em: 30 de novembro de 2020.

Ministério participa de debate sobre enfrentamento à violência contra a mulher em tempos de pandemia. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/junho/ministerio-participa-de-debate-sobre-enfrentamento-a-violencia-contra-a-mulher-em-tempos-de-pandemia . Acesso em: 30 de novembro de 2020.