Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL V (2020)

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Estágio Concentrado TCC Grupo Asas
Marcos Luiz Teixeira, Pedrita Reis Vargas Paulino

Última alteração: 2020-12-07

Resumo


Relatório de estágio supervisionado concentrado do acadêmico de psicologia Marcos Luiz Teixeira, discente do 10º período sob supervisão da Professora Pedrita Reis Vargas Paulino. Este relatório abrange o período de 10/08/2020 a 30/11/2020, com carga horária total de 80 horas e ocorreu no formato Presencial no Grupo Asas. Objetivo do Estágio: Geral: Acolher a demanda inicial de sujeitos que procuram o Grupo Asas. Objetivos específicos: Identificar as demandas psicológicas recentes enviadas ao grupo; fazer o acolhimento e atendimento em saúde mental, utilizando a psicoterapia breve; organizar os dados e fazer a devolutiva para a coordenação do grupo. Público alvo: Toda a comunidade que está presente no bairro, proximidades e aqueles que frequentam as reuniões do grupo Asas. Práticas, procedimentos e intervenções: O estágio foi realizado no Grupo Asas, instituição não governamental, localizado no bairro São Domingos, em Ubá-MG, que tem o objetivo de auxiliar dependentes e codependentes químicos, sujeitos com indícios de depressão, ansiedade e suicídio. Neste estágio clínico, com ênfase em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), foram feitos atendimentos com pacientes em geral. O primeiro atendimento que realizei, foi com a paciente A.R.C., feminina, de 52 anos, onde a mesma trouxe para atendimento, indícios de depressão, tendo sido diagnosticada por um psiquiatra e fazendo uso de diversas medicações que afetam diretamente seu processo cognitivo. Como sua questão maior e procura era a depressão, focamos nessa vertente. A paciente sempre trazia questões de que somente a filha gostava dela, que o marido e o filho não lhe davam a devida atenção. Começamos os trabalhos, focando neste ponto que ela trazia de positivo, a filha, e nela começamos o reforçador para a psicoeducação. A partir da filha, trouxemos mais falas do marido e filho, onde a questão maior era a falta de diálogo. Com o decorrer dos encontros, a paciente desenvolveu a facilidade de conversar com eles, apresentou uma melhora significativa e passou a se relacionar melhor com toda a família. Já não assimilava mais a depressão como uma condição e finalizamos o atendimento. A segunda paciente foi L.C.P., feminina, de 24 anos que trouxe para a terapia, a ansiedade que ela sentia, principalmente para conseguir tirar sua habilitação. Com esta paciente, tivemos apenas cinco sessões, onde nosso enfoque maior, era o controle da sua respiração, onde a própria trazia que não conseguia respirar direito quando ia realizar as atividades. Expliquei a mesma sobre a falta de oxigenação no cérebro que gerava a ansiedade, praticamos muito os exercícios, ela conseguiu tirar a habilitação e por ela mesma, decidiu terminar o atendimento, tendo em vista que ela já havia alcançado seu objetivo principal. A terceira paciente, M.A.P., feminina, 28 anos, solicitou atendimento alegando dificuldade nas relações afetivas, que não conseguia se relacionar como ela queria. O início das sessões foram com diversas falas da paciente, de que ela não conseguiria namorar pois não era boa o suficiente para ninguém. Já nas sessões iniciais, quando ela começou a ler sobre os sentimentos e comportamentos, a própria paciente conseguiu ver que o erro em suas relações não era totalmente dela, e que ela tem sim, muito valor e que era autossuficiente. A paciente estava em um relacionamento com um homem casado, onde ela era a amante, porém, não queria mais essa situação e já no segundo atendimento, rompeu relações com o sujeito, por conta própria. Fizemos um trabalho de psicoeducação para que ela pudesse ver suas qualidades próprias, roda da vida para ela ver os pontos nos quais ela poderia melhorar e a valorização dela mesma. Fizemos as 12 sessões, onde a paciente na sessão final, conseguiu ver a sua melhora, a não dependência de outra pessoa para ela ser feliz e deduziu que poderia continuar tendo estes critérios durante toda sua vida. A quarta paciente, foi M.F.P., feminina, 43 anos, que veio ao atendimento, por ser codependente do irmão que era usuário de drogas. Nas primeiras sessões a paciente se mostrou totalmente colaborativa ao tratamento, pois não conseguia mudar sua situação. O irmão da mesma residia com ela, juntamente com seus filhos (um casal), no qual a paciente tinha que cuidar dos três. A paciente já estava em tentativas com o irmão a três anos e, somente agora, ele havia resolvido parar de usar entorpecentes. Com isso, ela trouxe a mim, que gostaria de mudar sua situação e enxergar mais a ela própria. Começamos a trabalhar com a dinâmica dos sentimentos, fazendo apontamentos a ela sobre o que ela sentia sobre ela e sobre os outros a seu redor. Quando a paciente levou o dever de casa para marcar os sentimentos da semana, retornou identificando bem, preocupada pois não via isso antes e focou muito mais na terapia. Fizemos muitos exercícios no qual fomos apontando as qualidades dela, as opções de diversão na qual ela gostava e poderia fazer e como ter outros focos. A paciente fez 10 sessões e teve uma melhora enorme, no qual, decidimos juntos em finalizar as sessões. A quinta paciente foi A.C.P.A., feminina, 15 anos, no qual procurou o atendimento por estar tendo crises de ansiedade. Com esta paciente, tivemos apenas três sessões, onde nosso enfoque maior, era o controle da sua respiração, onde a própria trazia que não conseguia respirar direito quando ocorria algo importante para ela realizar. A paciente mudou de cidade e terminou o atendimento. A sexta paciente foi J.F.S.A.C., feminina, 32 anos, trouxe a questão da ansiedade e necessidade de dar conta de tudo. Segundo ela, ela tem que fazer tudo em casa, ela é casada, dona de um salão de beleza, organiza a casa sozinha, ajuda o pai na organização do grupo asas e a oficina dele. Na terceira sessão, ela chegou dizendo que havia separado do marido, porém, reataram. No encontro seguinte, ela trouxe que em todas as frustações que está tendo, acaba se alimentando de forma errônea, comendo coisas que saem da sua dieta. Com esse relato, começamos a trabalhar a tríade da TCC, sentimentos, comportamentos e pensamentos, apontando o motivo no qual ela se alimentava desta forma. Fizemos a tabela alimentar, onde ela trouxe qual era o motivo da má alimentação juntamente com o pensamento e comportamento e a partir daí, fizemos a psicoeducação. A paciente foi muito receptiva ao tratamento e conseguiu melhorar a alimentação. A sétima e última paciente, foi L.S.P., feminina, 20 anos, trouxe a atendimento que tinha crises de ansiedade. Após a terceira sessão, ela conseguiu controlar, porém, quis mudar o foco para seu namoro. Ela disse que estava passando por um momento conturbado, já foi casada e agora namora há 8 meses. Segundo seus relatos, o namorado sempre mostrava muitos ciúmes, desconfiança e as vezes, muito nervoso. A questão é que, devido aos ciúmes, ele sempre a rotulava pela questão de ter voltado no passado com o ex-marido, e a questão maior, é que na época, eles não tinham nenhum relacionamento sério ou estável, tanto que ambos saiam com outras pessoas, mas ele sempre faz questão de falar do ex-marido. Ela me relatou que o namorado sempre utiliza do termo: “você já fez isso comigo antes, então, está pagando as prestações”, como se desconfiasse ainda dela, mesmo tendo 8 meses de namoro. Devido a estes problemas, eles terminaram o namoro e com isso, comecei a trabalhar com ela seus valores, tendo em vista que ela se diminuía frente as ofensas vindas do ex-namorado, no qual ela dizia aceitar para não atrapalhar a relação. Com o fim do relacionamento, ela começou a perceber que estava sendo submissa ao namorado e quis ter a mudança, onde começamos um trabalho de psicoeducação e ela pode se valorizar e ver sua capacidade.

Competências e habilidades: analisar o campo de atuação profissional e seus desafios contemporâneos; relacionar-se com o outro de modo a propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação profissional. Refletir e considerar sua responsabilidade, enquanto estagiário/a, na divulgação da prática do psicólogo/a social, reconhecendo suas competências e limitações na prática institucional, reconhecendo a necessidade de supervisão, autocuidado e educação permanente. Atuar, profissionalmente, em diferentes níveis de ação, de caráter preventivo, terapêutico ou psicoterapêutico, considerando as características das situações e dos problemas específicos com os quais se depara. Realizar orientação, aconselhamento psicológico e psicoterapias. Saber buscar e usar o conhecimento científico necessário à atuação profissional, assim como gerar conhecimento a partir da prática profissional. Analisar, descrever e interpretar relações entre contextos e processos psicológicos e comportamentais.

Referências:

Roemer, Lizabeth; Orsillo, Susan M.; A prática da terapia cognitivo-comportamental baseada em mindfulness e aceitação. Porto Alegre-RS: Artmed. 2010.

Stallard, Paul. Guia do terapeuta para os Bons Pensamentos – Bons Sentimentos. Porto Alegre-RS: Artmed. 2007.

Carvalho, Marcele Regine; Malagris, Lucia Emmanoel Novaes; Rangé, Bernard p.; Psicoeducação em Terapia Cognitivo-Comportamental. Novo Hamburgo-RS: Sinopsys. 2019.

Leahy, Robert L.; Tirch, Dennis; Napolitano, Lisa A.; Regulação Emocional em Psicoterapia. Porto Alegre-RS: Artmed. 2013.

Leahy, Robert L.; Terapia do Esquema Emocional. Porto Alegre-RS: Artmed. 2017.