Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL V (2020)

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As vivências cotidianas das mulheres brasileiras no século XXI: de que forma elas podem interferir na saúde mental?
Larissa Amorim Rodrigues, Jefté Moraes Souza

Última alteração: 2020-12-07

Resumo


Relatório de estágio supervisionado básico da acadêmica de psicologia Larissa Amorim Rodrigues, discente do sexto período sob supervisão do Professor Jefté Moraes Souza.

Este relatório abrange o período de 10 de março de 2020 à 24 de novembro de 2020, com carga horária total de 60 horas e ocorreu no formato remoto.

Objetivo do Estágio: Criar um espaço que possibilite um diálogo coletivo entre mulheres, a fim de permitir o compartilhamento de pensamentos e opiniões que surgem a partir das vivências do cotidiano de cada uma delas, buscando compreender de que forma tais experiências podem interferir na saúde mental feminina.

Público alvo: Mulheres de 18 anos ou mais que possuam interesse pela proposta.

Práticas, procedimentos e Intervenções: As ideias relacionadas às práticas surgiram a partir das reuniões de supervisão de estágio que ocorreram semanalmente de forma remota. Tais ideias consistiram na criação de um grupo voltado para mulheres, como já exposto no objetivo, com o intuito de compreender de que forma suas vivências cotidianas são capazes de interferir na saúde mental. O procedimento se deu através de um projeto criado e divulgado nas redes sociais, a fim de atrair o público alvo a participar de reuniões semanais para discutir sobre as temáticas propostas. Ao atingir o público alvo através dos convites compartilhados, iniciaram-se as reuniões por meio da plataforma de videoconferência Google Meet. Durante essas reuniões, alguns textos científicos foram utilizados como base para as discussões, o que proporcionou um embasamento teórico acerca de assuntos e conceitos pertinentes à proposta do projeto. O projeto também se fundamentou no método ver, pensar e agir, almejando o desenvolvimento e o avanço do grupo a partir das demandas que nele surgiram. Nesse viés, foi esperado que as participantes identificassem suas experiências de vida através de um tema gerador e, a partir disso, introduzissem no grupo suas próprias necessidades, o que facilitaria o processo de pensar numa ação capaz de atender tais demandas. Dessa forma, na medida em que as participantes se identificavam com os temas, novos assuntos surgiam, servindo como pautas para as reuniões seguintes.

Competências e habilidades: O estágio em Saúde Mental foi de grande relevância, visto que agregou novos conhecimentos teóricos e práticos à minha formação profissional. O contato com as experiências pessoais de cada uma das participantes viabilizou um olhar abrangente acerca de diferentes modos de lidar com situações cotidianas.

Um fato interessante durante uma das reuniões foi que, buscando compreender de que forma as vivências do cotidiano das mulheres interferem na saúde mental, uma das integrantes opinou que tal interferência se dá a partir do grau de intensidade e importância que é dado às situações. A partir desse viés, foi possível notar uma semelhança com o conceito do modelo cognitivo, sobre o qual Beck (2014, p.51) argumenta:

A forma como as pessoas se sentem emocionalmente e a forma como se comportam estão associadas a como elas interpretam e pensam a respeito da situação. A situação em si não determina diretamente como elas se sentem ou o que fazem; a sua resposta emocional é mediada pela percepção da situação.

Além desse contexto, foi possível obter aprendizado através de várias outras temáticas pontuadas ao longo das reuniões, como a questão do ser mulher no século XXI, as vertentes do feminismo, relacionamentos abusivos, violência contra a mulher e direitos das mulheres, assuntos necessários e de grande relevância no espaço atual da Psicologia.

Referências:

Beck, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática / Judith S. Beck; tradução: Sandra Mallmann da Rosa: revisão técnica: Paulo Knapp, Elisabeth Meyer. - 2. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2013.