O abuso sexual infantil é um fenômeno de grande ocorrência no que diz respeito a violência acometida contra crianças. Mesmo com o ECA e com leis estabelecidas para proteger menores, os números da violência são elevados, podendo estar relacionado com a desinformação em razão da ausência de uma educação sexual efetiva, tal como, do desconhecimento sobre como e onde notificar a violência. Desse modo, a estudante Ana Luiza dos Santos, discente do curso psicologia do UNIFAGOC produziu um e-book gratuito, sob supervisão da Professora Cristina Toledo, destinado a pais e crianças com o intuito de orientar os responsáveis e ensinar crianças por meio de atividades lúdicas sobre o seu corpo. Este e-book é produto do estágio remoto que abrange o período de 18 de agosto de 2020 a 20 de novembro de 2020, com carga horária total de 100 horas.

Objetivo do Estágio:

Teve-se como objetivo divulgar informações sobre os meios de denúncia, como, por exemplo, números e sites afim de que a violência em questão seja denunciada. O e-book conta também com informações acerca do perfil dos agressores e aos sinais que as crianças apresentam em situação de abuso, facilitando assim a identificação do acometimento do ato.  Além disso, o material disponibiliza atividades infantis tal como o “semáforo do toque” auxiliando as crianças no reconhecimento das partes do seu corpo que podem ou não ser tocadas.

Público alvo:

Pais, psicólogos, crianças e profissionais da área escolar.

Práticas, procedimentos e Intervenções:

O modelo de raciocínio utilizado no trabalho foi a metodologia de pesquisa dedutiva, uma vez que, houve o levantamento de dados, bem como, a análise dos casos gerais de crianças abusadas sexualmente em todo Brasil. Portanto, na pesquisa foi empregada a técnica bibliográfica-documental, em razão da utilização de artigos, legislações e referenciais teóricos, no intuito da redução do tabu e da aprendizagem do público alvo.

Em relação aos resultados, foi observado durante a aplicação das atividades o desenvolvimento global da criança que ao brincar estimula sua visão, audição, tato e motricidade. Vygotsky (1984) atribui grande importância ao papel do ato de brincar na constituição do pensamento infantil, uma vez que, é por meio das brincadeiras que a criança reproduz situações vividas em seu cotidiano, as ressignificam e as reproduzem no real, sendo assim, além da prevenção as atividades trabalham também com a identificação, reelaboração e criação de novas possibilidades diante de situações abusivas.

Competências e habilidade:

A experiência adquirida se caracteriza de suma importância para o desenvolvimento do profissional em formação, visto que, para a construção de um material coeso e respaldado cientificamente o estágio demandou do aluno o levantamento de dados, criatividade, aperfeiçoamento de habilidades em programas, planejamento, invenção, objetividade e organização. É importante levar em consideração o atual cenário de pandemia que reafirma a necessidade de uma série de esclarecimentos acerca da insuficiência e escassez de políticas públicas preventivas capazes de intervir de forma significativa na redução da violência em questão. Diante disso, o estágio na modalidade remota, bem como, o aumento da violência nesse período transfigura-se como um desafio no que tange a produção de ferramentas efetivas ao combate do abuso sexual infantil, tal desafio possibilitou ao estagiário a estimulação do pensamento crítico em relação as diversas situações que acometem a sociedade como um todo, assim como, uma reflexão sobre a carência de um olhar crítico perante o compromisso e responsabilidade da psicologia na produção de instrumentos capazes de intervir na prevenção e proteção das crianças.