Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL V (2020)

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DISFUNÇÕES NO PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL E MORTALIDADE MATERNA NO NORDESTE BRASILEIRO
Melissa Nathalye Ramos e Gonçalves, João Vitor Andrade, Miclecio Luiz da Silva, Rosiane Kellen de Oliveira Silva, Sandrele Carla dos Santos, Maria Luíza da Silva Veloso, Juliana Cristina Martins de Souza, Rayrane Clarah Chaveiro Moraes

Última alteração: 2020-11-13

Resumo


INTRODUÇÃO: O nascimento é natureza íntima e privada, e buscando proporcionar um melhor atendimento às mães durante o processo de parir, a Organização Mundial de Saúde, institui um documento, denominado plano de parto. Na contra-mão deste, tem-se a mortalidade materna, que constitui-se em um importante indicador do acesso à assistência à saúde. Logo é fundamental agregar informações concernentes aos níveis e tendências da mortalidade materna, não somente pelo que ela estima em relação aos riscos do período gravídico-puerperal, mas também pelo que significa na saúde, em geral. OBJETIVO: Analisar as taxas de mortalidade no nordeste brasileiro em decorrência das disfunções no período gravídico-puerperal na última década. MÉTODO: Trata-se de um estudo quantitativo com dados secundários referentes às mortes por disfunções no período gravídico-puerperal na região nordeste do Brasil. Óbitos ocorrido nos anos de 2009 a 2018, alocados no Sistema de Informação sobre Mortalidade. As variáveis coletadas foram: ano do óbito, grupo etário, sexo e causa de óbito, sendo esta, baseada no Capitulo XV: “Gravidez, parto e puerpério” (códigos O00 a O99) da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - 10ª revisão (CID-10). Os dados foram analisados no programa Microsoft Excel/Word. RESULTADOS: O somatório de óbitos maternos na região nordeste brasileira foi de 6667,  incluindo como causas as doenças do aparelho circulatório e eclâmpsia, sendo essa segunda responsável por 11% desses óbitos. Desse somatório, os óbitos diretamente obstétricos, na faixa etária de 10 a 49 anos, foi de 4392 o que corresponde a 65,9% do total de mortes maternas na região nordeste, já os indiretamente obstétricos correspondem a 1705 desses óbitos. Nessa região, o estado da Bahia representou 25,5% do total geral de óbitos, seguido pelos estados do Maranhão com 17,7% e do Ceará com 14,6%. Quanto ao período da ocorrência, 44,8% dos óbitos ocorreram durante o puerpério (até 42 dias após o parto), sendo a faixa etária mais atingida de 20 a 29 anos, que correspondeu a 40,9% dos óbitos. Por fim, foi observada uma redução geral do número de óbitos maternos entre 2008 e 2018 em cerca de 7%. CONCLUSÃO: Destaca-se que ainda que os dados sugiram uma redução no número de óbitos maternos, a maioria desses óbitos estão relacionados a causas evitáveis, o que evidencia a permanência de um grave problema de saúde pública. Nessa perspectiva, sugere-se estudos com abordagem comparativa do cenário nacional.