Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL V (2020)

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Cobertura vacinal contra sarampo: ressurgimento de velhos problemas explicitado por meio de série temporal
Maria Luíza da Silva Veloso, João Vitor Andrade, Melissa Nathalye Ramos e Gonçalves, Miclecio Luiz da Silva, Rosiane Kellen de Oliveira Silva, Sandrele Carla dos Santos, Juliana Cristina Martins de Souza, Rayrane Clarah Chaveiro Moraes

Última alteração: 2020-11-13

Resumo


INTRODUÇÃO: Sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave e extremamente contagiosa. Para imunização da população, a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) deve estar disponível nos serviços de saúde conforme indicações do Calendário Nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações. Apesar de o Brasil ter recebido o certificado de erradicação do sarampo, concedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), esse cenário não se manteve. De dezembro de 2019 a maio de 2020 foram confirmados 3629 casos de sarampo no Brasil, evidenciando queda da cobertura vacinal. OBJETIVO: Analisar por meio de uma série temporal a cobertura vacinal por sarampo no Brasil. MÉTODO: Trata-se de um estudo quantitativo, de corte transversal, realizado com base em dados secundários alocados no TABNET, em assistência à saúde, imunizações. Foram selecionados dados referentes à cobertura vacinal por ano segundo região das vacinas Tríplice viral D1 e D2. Foram analisados os anos de 2010 a 2019. A técnica utilizada para estimar a tendência foi o modelo de regressão linear. O nível de significância estabelecido foi de 5%. Para o processamento dos dados e análises estatísticas, utilizou-se o programa SPSS®. RESULTADOS: Observou-se que, de 2010 a 2014, a cobertura nacional da vacina tríplice viral atingiu a meta, com destaque à cobertura de 102,84%, em 2014, com exceção apenas de 2013 com 88,17%. A partir de 2015, a taxa de cobertura apresentou uma queda considerável comparada à média dos 5 anos que o antecederam, permanecendo abaixo da cobertura mínima ideal até 2019. Em 2015, a taxa foi de 88% fechando a década, em 2019, com 86,87%. É relevante pontuar que a partir de 2015, a Região Norte teve uma taxa ainda menor que as outras regiões do país, destacando-se o ano de 2017, no qual a cobertura da região foi de apenas 68,79%, abaixo da média nacional para esse ano, que foi de 79,59%. O que pode ser atribuído como um dos fatores promotores às altas taxas imigratórias experienciadas, no país, sobretudo nesta região. As taxas também seguem uma reta decrescente significativa estatisticamente (β = -2,48; p < 0,001). CONCLUSÃO: Percebe-se que houve um decréscimo na cobertura vacinal da tríplice viral no Brasil, o que representa um alerta para a saúde pública, sobretudo, devido ao retorno, em 2016, da circulação do sarampo, doença antes erradicada. Assim, é fundamental incentivo à população para aderência das campanhas de vacinação de 2020.