Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

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Pele negra, mascaras brancas: uma análise sobre as relações étnicas raciais no município de Ubá
Tatiana Costa Coelho, Elizandra Mendes Mathias Costa

Última alteração: 2019-10-31

Resumo


O Presente trabalho busca analisar, o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas do ensino fundamental I no município de Ubá. Para isso, devemos compreender a atuação dos docentes e discentes nesse contexto, bem como o processo de aprender e ensinar das relações étnicos raciais. Para isso, devemos analisar, através dos autores clássicos, a formação histórica brasileira do preconceito racial no país e de que modo esse ainda se faz presente em nosso país, principalmente no ambiente escolar. A implantação das Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, e suas respectivas Diretrizes Curriculares Nacionais e as políticas educacionais afirmativas que introduzem a história e cultura afro brasileira nas escolas de maneira oficial e obrigatória, continuam sendo desafios no fazer e no pensar educacional dos brasileiros ainda não a implantaram de fato, existindo apenas ações pontuais, superficiais, descontextualizadas e sem continuidade.

Desse modo, nossa pesquisa se faz necessária para que possamos refletir acerca da existência de um preconceito institucional que se cristalizou em diversas instituições, como é o caso da escola. Para isso, fizemos, a princípio uma pesquisa bibliográfica para identificar na literatura atual, de que modo o preconceito está presente em nosso país e principalmente no espaço simbólico escolar. A partir daí, faremos uma análise qualitativa de duas escolas (uma pública e uma particular) sobre a introdução da história e cultura afro brasileira no ambiente das crianças do ensino fundamental I, através da aplicação de uma entrevista com os docentes e equipe pedagógica dessas duas instituições de ensino. O objetivo dessa entrevista será identificar a postura da escola, através dos profissionais que nela trabalham, sobre a cultura afro brasileira e relações étnico raciais, qual o espaço cedido para essas discussões, realizando uma análise crítica do “modelo eurocêntrico”. Além disso, faremos uma análise do material didático trabalhado por essas escolas e se esses dispõem de materiais que valorizam a cultura negra, suas histórias e lutas, a origem do povo africano e de que maneira que os professores trabalham em sala de aula.

Desse modo, através de estudo, pretendemos realizar um debate acerca da cultura afro brasileira e indígena e as escolas, públicas e privadas, são convidadas, através da reflexão desse trabalho, a refletir sobre a sua cultura curricular, revendo seus conceitos estereotipados, dissociando o “mito da democracia racial” e apresentando sua cultura de forma a tentar reparar a dívida história com o povo negro. Com isso tem-se um currículo ético, representativo e que respeite à dignidade humana, podendo assim nortear o educador e emancipar o educando.