Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

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O papel da equipe multidisciplinar no manejo da anorexia nervosa
Laryssa Mara Vieira Moreira, Larissa Abranches Arthidoro Coelho Rocha, José de Alencar Ribeiro Neto

Última alteração: 2019-10-14

Resumo


Introdução: Os Transtornos Alimentares (TA) prevalecem em adolescentes e adultos jovens do sexo feminino e possuem alta morbimortalidade (CASTRO e BRANDÃO, 2018). Segundo Klein e Attia (2018), a anorexia nervosa é um tipo de TA de etiologia multifatorial que se caracteriza por um paciente com o peso excessivamente baixo resultante da restrição alimentar, com intenso medo de engordar e distorção da imagem corporal, concomitante a um insight prejudicado da presente morbidade. O manejo adequado desse transtorno alimentar inclui uma equipe interdisciplinar formada por médicos (psiquiatra, clínico geral, nutrólogo), nutricionista e psicólogo. O tratamento é, muitas vezes, marcadamente desafiador devido ao perfil desconfiado e resistente dos pacientes e frequente baixa adesão terapêutica (SOUZA e PESSA, 2016). Objetivo: O presente resumo científico objetiva esgrimir a importância de uma equipe formada por diferentes profissões na área da saúde, no tratamento dos pacientes com anorexia nervosa para que as demandas do paciente sejam amplamente atendidas nos mais variados aspectos. Metodologia: O método de pesquisa baseia-se no resumo de artigos científicos publicados na base de dados da Scielo e em informações disponibilizadas no UptoDate sobre anorexia nervosa. Discussão: As comorbidades psiquiátricas (transtornos de ansiedade, obsessivo compulsivo, dismórfico corporal, depressivo, de estresse pós traumático, abuso de substâncias, personalidade entre outros) são comuns nos transtornos alimentares o que implica na importância do psiquiatra no diagnóstico e no manejo dessas doenças (KLEIN e ATTIA, 2018).  Além disso,  diversas complicações clínicas podem estar presentes como alterações metabólicas, endócrinas, hematológicas, hidroeletrolíticas, cardiovasculares, neurológicas, renais, pulmonares, oftalmológicas, gastrointestinais, bucomaxilares e de fâneros, ademais, em média 0,56% dos pacientes falecem devido ao  diagnóstico e início do tratamento tardios principalmente por distúrbios cardiovasculares, insuficiência renal e suicídio, dado esse que corresponde ao maior índice de mortalidade dentre os transtornos mentais. Assim, o acompanhamento de um clínico geral torna-se fundamental para o manuseio da condição clínica (ASSUMPÇÃO e CABRAL, 2002). Nesse contexto, o nutricionista age na mudança dos hábitos alimentares de inúmeras maneiras como no tratamento nutricional composto por uma etapa educacional, na qual se aborda conceitos e recomendações alimentares além de comportamentos de restrição alimentar e purgação e uma etapa experimental que visa aprimorar a relação do paciente com o alimento e imagem corporal (LATTERZA et. al, 2004). O psicólogo se insere nessa equipe interdisciplinar uma vez que esses pacientes apresentam prejuízos evidentes nos domínios físicos e nos aspectos mentais. De acordo com Oliveira et al. (2018) o maior comprometimento na qualidade de vida é no componente mental. A terapia cognitivo-construtivista é uma das técnicas utilizadas por esse profissional, na qual o psicólogo visa que o paciente desenvolva reações adequadas às pressões ambientais e altere os padrões emocionais em relação ao comportamento alimentar e a imagem corporal (ABREU e FILHO, 2004). Conclusão: A reabilitação completa de um paciente com anorexia nervosa inclui uma visão holística e a participação de diversos profissionais da área da saúde agindo preferencialmente de forma integrada, dessa forma, os aspectos biológicos desse transtorno e das comorbidades presentes, além dos quesitos psicológicos geralmente alterados tornam-se mais facilmente abordados.