O processo de alfabetização inicial no Brasil é marcado por um enorme fracasso e consequentemente produz um grande número de desistência dos alunos nos anos finais do ensino fundamental e médio, principalmente quando nos referimos às crianças de escola pública que vêm apresentando um resultado negativo e uma defasagem muito expressiva. Essa realidade existente nas escolas brasileiras de modo geral forma alunos que mal conseguem ler e escrever, que não sabem ao menos interpretar e produzir pequenos textos e, sem dúvidas, estes são reflexos das diversas dificuldades de aprendizagem, dificuldades estas que, na maioria das vezes, não são consideradas como questões ligadas ao desenvolvimento geral do processo escolar. Desta forma, o objetivo deste trabalho é analisar os principais pontos que dificultam o processo de aprendizagem dos alunos, bem como o trabalho desenvolvido na E.E. Dep. Carlos Peixoto Filho com os alunos que chegaram no 6º ano do Ensino Fundamental sem domínio da leitura e da escrita. Para tanto, realizou-se pesquisa descritiva, bibliográfica, com abordagem qualitativa, e estudo de caso. Como técnica de coleta de dados, foram utilizadas entrevistas com a equipe pedagógica da escola. Com base nos resultados obtidos no estudo, pode-se concluir que a cada ano cresce o número de alunos que chega no 6º ano do Ensino Fundamental com grande defasagem na leitura e escrita. Evidenciou-se que essa defasagem ocorre em decorrência da falta de acompanhamento familiar, por deficiências metodológicas de ensino, por quadros clínicos não diagnosticados e/ou sem acompanhamento e alunos laudados, porém sem o caracterizar como público alvo da Educação Especial. A escola tem visto na enturmação homogênea, uma escolha pedagógica, um caminho possível de ser percorrido, por conseguinte o delineamento do processo de ensino e aprendizagem, buscado formar turma com menor número de alunos, o que tem permitido realizar um trabalho de ensino aprendizagem mais significativo, assim como socialização e desenvolvimento tanto da leitura, quanto da escrita, com acompanhamento da SRE nas intervenções pedagógicas realizadas, e o empenho de funcionários para auxiliar os alunos em intervalos, oferecendo apoio à leitura. O presente trabalho procura nos inquietar e instigar a questionar a possível ineficácia das práticas pedagógicas ou a relação do longo período de escolarização e o desenvolvimento de capacidades leitoras tão limitadas.

Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Defasagem. Intervenção Pedagógica. Enturmação.