Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

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SOCIODEMOGRAFIA DA MORTALIDADE POR CÂNCER DE PRÓSTATA NO BRASIL
João Vitor Andrade, Eduardo Frias Corrêa Oliveira, Carolina Souza Pinto, Jayne Ribeiro Elias, Shirley Aparecida da Silveira

Última alteração: 2019-10-15

Resumo


Introdução: o câncer de próstata constitui-se no demasiado crescimento da próstata, culminando na redução da intensidade e do calibre do jato urinário (JEMAL et al., 2014). Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2018), o câncer de próstata é uma doença sobremodo prevalente, sendo considerada em vários países como um problema de saúde pública. Os fatores que desencadeiam a doença ainda não foram totalmente identificados, mas já se sabe que sua origem se relaciona a predisposição genética ou a exposição a fatores carcinogênicos, sendo estes: físicos, químicos ou biológicos (GOMES et al., 2008). A incidência do câncer de próstata tem aumentando progressivamente, devido a criação e disseminação de programas de rastreamento, e também pela utilização do antígeno prostático específico na prática clínica (FILHO e DAMIÃO, 2010). É preconizado pela Sociedade Brasileira de Urologia que homens a partir dos 45 anos de idade submetam-se ao exame de toque retal e de dosagem do antígeno prostático específico na intenção do efetivo rastreamento do câncer de próstata. Na abordagem e no tratamento destes indivíduos, objetiva-se não apenas a amenização e controle da doença, mas também a minimização da morbidade associada às diversas formas de tratamento e manutenção da qualidade de vida. Sendo estes fatores, considerados como um grande desafio para muitos urologistas e clínicos que abordam estes pacientes, normalmente idosos e com múltiplas comorbidades (FILHO e DAMIÃO, 2010). Atualmente o câncer da próstata figura como a quarta neoplasia mais incidente no mundo, sendo o segundo mais comum entre os homens, sendo superado pelo câncer de pulmão (JEMAL et al., 2014). Segundo Gomes e colaboradores (2008) medidas de prevenção primária favorecem o diagnóstico precoce e minimizam ou anulam agravos, porém o diagnóstico tardio, ocasiona maior sofrimento físico e mental ao paciente e a sua família na luta pela conservação da saúde e da vida, além de onerar o sistema de saúde. Objetivo: realizar uma análise do perfil sociodemográfico das mortes decorrentes do câncer de próstata no Brasil. Método: estudo conduzido com dados secundários referentes à morte de homens por neoplasias malignas da próstata no Brasil entre os anos de 1997 a 2016, alocados no Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde. Mortes por neoplasias malignas da próstata foram coletadas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças, utilizando a 10ª revisão (código CID C61). As variáveis utilizadas relacionadas à saúde do homem foram faixa etária, cor/raça, escolaridade e estado civil, pois apresentam uma importância significativa na incidência e prevalência dos casos de câncer de próstata. Resultados: o quantitativo de óbitos notificados em decorrência de neoplasias malignas da próstata foi de 217.197, destes 205.553 (94,63%) ocorreram em homens com idade superior a 60 anos de idade. Logo este achado é semelhante ao encontrado na literatura que caracteriza o câncer de próstata como câncer da terceira idade. Do total geral dos óbitos, 119.691 (55,10%) ocorreram em indivíduos de cor/raça branca e 57.278 (26,37%) em indivíduos de cor/raça parda. Percebe-se que possuir baixa escolaridade (até três anos) constitui-se como um fator de risco, estando este fato relacionado a 41,24% do total geral dos óbitos, destaca-se que este fato se relaciona diretamente ao menor acesso a informações. Em relação ao estado civil 126.739 (58,35%) eram casados e 43.450 (20%) viúvos. Conclusão: diante do estudo, conclui-se que no Brasil, a maioria dos indivíduos que faleceram em decorrência do câncer de próstata, possuíam o seguinte perfil sociodemográfico: 60 anos ou mais, menor escolaridade (até três anos), eram de cor/raça branca e de estado civil casados. Ante ao exposto, faz-se necessário maior conscientização dos profissionais de saúde, bem como sensibilização dos indivíduos que possuem o perfil encontrado no presente estudo, visando a mobilização dos homens em relação à prevenção do câncer de próstata, diminuição de seus agravos e promoção da saúde.

Palavras-chave: Neoplasias da Próstata, Oncologia, Mortalidade.

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológicas. Sistema de Informações sobre Mortalidade, 2016. Disponível em: <tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def>. Acesso em: 29 set. 2019.

Classificação Internacional de Doenças (CID10). Neoplasia maligna da próstata C61. Disponível em: <http://www.medicinanet.com.br/cid10/1011/c61_neoplasia_maligna_da_prostata.htm>. Acesso em: 29 set. 2019.

FILHO, R.T.F.; DAMIÃO, R. Câncer de próstata. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto [online]. 2010, vol.9, n.1, p.20-27.

GOMES, R.; REBELLO, L. E. F. S.; ARAUJO, F. C.; NASCIMENTO, E. F. A prevenção do câncer de próstata: uma revisão da literatura. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2008, vol.13, n.1, p.235-246.

INCA. Instituto Nacional de Câncer. Brasil. Estimativa 2018/2019: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2018.

JEMAL, A.; VINEIS, P.; BRAY, F.; TORRE, L.; FORMAN, D. (Eds). The Cancer Atlas. Second Ed. Atlanta, GA: American Cancer Society, 2014.