Última alteração: 2019-10-17
Resumo
Introdução: Atualmente vemos um crescente número de pessoas com alterações, transtornos e doenças mentais em nossa sociedade. Vivemos em um contexto social, onde a violência neuronal, faz com que as pessoas se cobrem cada vez mais, em busca de resultados, tornando-as elas mesmas carrascas e vigilantes de suas ações. Essa condição tem gerado um aumento significativo de doenças como transtornos de personalidade, síndromes como hiperatividade, burnout e também depressão, eclodindo em crises de stress, violência e solidão. Agravos mentais estão cada vez mais comuns entre crianças e adolescentes, pelo fato deste público, ter que se adaptar a padrões impostos pela sociedade, tais como: rotinas exaustivas de atividades e compromissos, uma cultura de controle absoluto. Sendo qualquer comportamento que foge à regra, considerado inapropriado e até mesmo patológico. Visando solucionar estes “problemas”, há uma medicalização excessiva e uma busca implacável por métodos que tornem esta criança ou adolescente adequados aos padrões de “normalidade” impostos pela sociedade. Objetivo: Analisar a produção científica, concernente ao processo de patologização e medicalização da infância e adolescência no período de 1997 a 2017, devido aos agravos mentais. Método: Trata-se de uma revisão de literatura nas bases de dados Scielo e na Biblioteca Virtual em Saúde, buscando os seguintes descritores: “patologia”, “medicalização”, “criança” e “adolescente”, com o auxílio dos operadores booleanos ‘and’ e ‘or’. Critérios de inclusão: produções disponíveis na íntegra, nos idiomas português, inglês e espanhol; artigos, dissertações ou teses com aderência à temática objetivada. Resultados e discussão: Foram encontradas 26 publicações; sendo selecionadas 5 por atenderem aos critérios da inclusão. A escola tem se colocado como colaboradora da hipermedicalização e da patologização. Sendo que esse crescente número de encaminhamentos de indivíduos com diagnóstico médico de autismo; déficit de atenção e/ou hiperatividade para atendimentos psiquiátricos, traz à tona uma discussão emergente e de suma importância, acerca dos contextos pedagógicos e de vida dessas crianças e adolescentes. Conclusão: Faz-se necessário ampliar o olhar e a ação para a complexa e restrita trama que este público se insere socialmente. Com a articulação entre múltiplos dispositivos, criando opções a esse circuito indutor de tratamento manicomial que explicita a clausura de seus próprios percursos.
DESCRITORES:
Patologia; Medicalização; Criança; Adolescente.
REFERÊNCIAS:
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