Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

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UNIVERSITÁRIOS E SUAS VIVENCIAS COM A FINITUDE, A RELIGIOSIDADE E A ESPIRITUALIDADE
Carolina Souza Pinto, João Vitor Andrade, Eduardo Frias Corrêa Oliveira, Jayne Ribeiro Elias, Shirley Aparecida da Silveira

Última alteração: 2019-10-15

Resumo


Introdução: desde os primórdios da civilização, a morte é considerada um aspecto que fascina e, ao mesmo tempo, aterroriza a humanidade (ANDRADE et al., 2019). A morte e os supostos eventos que a sucedem são, historicamente, fonte de inspiração para doutrinas filosóficas e religiosas, bem como uma inesgotável fonte de temores, angústias e ansiedades para os seres humanos (ANDRADE et al., 2019). Falar sobre morte e sobre espiritualidade provoca um certo desconforto, pois confrontamos o inevitável, a certeza de que a vida chega ao fim, temos dúvidas, confrontamos dilemas que não temos respostas. E assim, acabamos por acionar uma série de mecanismos psicológicos, relacionados a inquietação, medo e anseio. Destaca-se que segundo Barbosa, Francisco e Efken (2008), a partir do instante em que nascemos, já começamos a morrer e cada dia vivido, torna-se um dia a menos no calendário da existência. Enfatiza-se que essa é a nossa condição humana, a nossa marca existencial, somos seres finitos, mortais e perecemos. Porém, ainda que a morte e o morrer sejam fenômenos inevitáveis, refletir sobre a finitude humana é algo desafiador, principalmente quando se trata de pacientes em situação de risco de vida, cuja morte, senão iminente, de alguma forma está anunciada (BARBOSA; FRANCISCO; EFKEN, 2008). Na nossa sociedade, encarar a possibilidade da nossa própria morte e das pessoas que amamos é quase da ordem do insuportável, sobretudo quando se leva em consideração o atual contexto cultural em que vivemos (BARBOSA; FRANCISCO; EFKEN, 2008). Objetivo: buscaremos descrever a interface entre espiritualidade, vida e morte entre estudantes de nível superior da região sudeste, da Zona da Mata do estado de Minas Gerais. O foco de interesse é saber como os estudantes lidam com a finitude de entes queridos e pessoas próximas; crenças filosófico/religiosas, seus sentimentos e defesas. Método: o presente constitui-se em um estudo transversal de abordagem quantitativa, sendo utilizado para a realização do mesmo um questionário on-line semiestruturado, contendo 12 questões versando sobre o tema espiritualidade, vida e morte; com relação ao conteúdo das perguntas, as mesmas relacionam fatos, crenças e sentimentos. O mesmo foi disponibilizado no período de janeiro a abril de 2019 para ser respondido. A população do estudo foi de 200 universitários de instituições localizadas na Zona da Mata Mineira, a amostra foi calculada tendo-se em consideração um intervalo de confiança de 99% e um erro amostral de 5%, resultando em 165 participantes. Levando o entrevistado a fazer algumas reflexões, acerca de religião/crença, concepções sobre finitude e vivencia do luto. O presente respeitou os preceitos éticos. Resultados: participaram 165 indivíduos, sendo 150 (90,9%) de 43 diferentes cursos de nível superior e 15 (9,1 %) de formação não informada. Responderam o questionário indivíduos: Católicos (38,7%), Protestantes (17,6%), Espiritas (15.8%), Candomblecista (0,6%), Ateístas (15,8%), Budistas (0,6%) e Outras (10,9%). Tendo a morte como: finitude 26%; processo para a reencarnação 30,9%; caminho para a eternidade 37,6% e outras concepções 5,5 %. A morte do ente querido ou pessoa próxima de maior impacto é a do avô (ó) com 47,8%; seguida pela do tio (a) com 14,5%. Principal causa de morte são as Doenças 55,7%. O sentimento presente no momento do luto mais citado é a Angustia 43,6%. 84,2% dos entrevistados acreditam que a religião contribui para o enfrentamento do luto, porém apenas 64,2 % sentiram-se aparados nesse processo. Conclusão: cada indivíduo possui uma concepção sobre a Espiritualidade, Vida e Morte; mas todos esbarram no mesmo ponto, o do desconhecido e inexplicável, pelos dados levantados, percebemos que a religião contribui positivamente para a vivência do processo de luto, mas mesmo assim o psíquico humano, sofre e tende a ficar mal e perturbado frente a efemeridade da vida e inevitabilidade da morte.

Palavras-chave: Morte; Espiritualidade; Finitude.

REFERÊNCIAS:

ANDRADE, J. V. et al. Dialogando sobre as aspirações e os anseios referentes a morte e ao morrer: relato de experiência. Minas Gerais. Viçosa. 2019. No prelo.

BARBOSA, L. N. F.; FRANCISCO, A. L.; EFKEN, K. H. Morte e vida: a dialética humana. Aletheia, Canoas, n. 28, p. 32-44, dez. 2008.   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942008000200004&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 26 set.  2019.