Última alteração: 2019-10-15
Resumo
Introdução: atualmente a saúde pública assume as neoplasias como principal causa de mortandade tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento (ANDRADE et al., 2018). Sendo uma doença multifatorial, o câncer ocupa a segunda causa de morte a nível mundial (JEMAL, 2014). Dentre as dezenas de tipo de cânceres, o câncer de pulmão é sobremodo frequente e possui elevadas taxas de mortalidade (JEMAL, 2014). Caracterizado como um tumor maligno primitivo de natureza epitelial, relativamente mais comum do trato respiratório inferior e comumente é diagnosticado em homens, com histórico extenso de tabagismo, idade superior a 50 anos e sintomas e manifestações sistêmicas na região torácica (INCA, 2018). Enfatiza-se que muitos diagnósticos ocorrem em estágios avançados e em decorrência da ausência de ferramentas eficazes para o rastreamento, justificando assim os múltiplos diagnósticos tardios (JEMAL, 2014). O presente visa traçar o perfil da mortalidade por câncer de pulmão no Brasil, na perspectiva de poder contribuir com a literatura que já possui a descrição das características, formas de diagnóstico, tratamento e cuidado para os pacientes acometidos pela doença. Assim, este estudo tem o potencial de auxiliar no planejamento de programas de promoção da saúde e prevenção do câncer de pulmão. Objetivo: identificar e descrever o perfil sociodemográfico da mortalidade por câncer de pulmão no Brasil na última década. Método: estudo quantitativo, descritivo, conduzido por meio da análise de dados secundários referentes à morte por câncer de pulmão no Brasil entre os anos de 2008 a 2017. Disponíveis na Internet por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, por meio dos registos do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde e (BRASIL, 2017). Considerou-se como câncer de pulmão, todas as mortes notificadas no período supracitado que segundo a Classificação Internacional de Doenças (10ª revisão), possuíam código CID – C34. Para análise dos dados, fez-se uso do programa Microsoft Excel/Word 2013. Resultados: o quantitativo de óbitos em decorrência do câncer de pulmão no período analisado foi de 240.212. Houve predominância de mortalidade no sexo masculino 60,36%, podendo-se perceber que a taxa de mortalidade por câncer de pulmão entre homens e mulheres é de 3/1 respectivamente. Ressalta-se que 90,19% dos óbitos ocorreram em indivíduos na faixa etária de 40 a 69 anos, o que nos propicia inquietações, uma vez que indivíduos nesta idade, em sua maioria são membros da população economicamente ativa do país. Em relação ao estado civil, 48,7% dos indivíduos que vieram a óbito, eram casados. Fato este que se justifica, uma vez que na idade em que a doença é mais incidente, as pessoas já estão com suas vidas estabelecidas, seguindo os padrões socioculturais do país. No que tange a escolaridade, 36,42% tiveram de nenhum a três anos de estudo. Sendo o achado consoante com o que a literatura explicita que a baixa escolaridade se coloca como um fator de risco para o desenvolvimento da doença, bem como para a procura de um serviço de saúde e/ou continuidade do tratamento. Ademais, no presente estudo revela que 63,13%, dos óbitos por câncer de pulmão ocorreram em indivíduos de cor/raça branca. Quanto a isso, não se encontrou uma relação direta na literatura, sendo fundamental o desenvolvimento de estudos que investiguem a relação do câncer de pulmão com raça/cor dos indivíduos. Conclusão: o perfil sociodemográfico da mortalidade por câncer de pulmão no Brasil é, sexo masculino, acima dos 40 anos, cor/raça branca, estado civil casado, tendo de nenhum a três anos de escolaridade. Com esta categorização temos demarcado um público especifico ao qual as futuras campanhas de prevenção do câncer de pulmão devem alcançar. Ressalta-se que é de fundamental importância combater o tabagismo, uma vez que este é a principal causa do câncer de pulmão. Por fim, demarca-se a necessidade de fortalecer parcerias institucionais afim de realizar ações efetivas e que cheguem até a comunidade, sobretudo o público referenciado acima.
Palavras-chave: Câncer; Estatística; Pulmão.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, J. V. et al. Anos Potenciais de Vida Perdidos no Brasil na última década em decorrência do Câncer. In: X SIMPÓSIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECONOLOGIA DE VIÇOSA, 10, 2018, Viçosa. Anais. Viçosa: FAVIÇOSA, Junho, 2018. Disponível em: <https://academico.univicosa.com.br/revista/index.php/RevistaSimpac/article/view/1133>. acesso em 29 ago. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológicas. Sistema de Informações sobre Mortalidade, 2017. Disponível em: <tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def>. acesso em 29 ago. 2019.
CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997.
INCA - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2018. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/estimativa/2018/estimativa-2018.pdf>. acesso em 29 ago. 2019.
JEMAL, A. et al. The Cancer Atlas. Second Ed. Atlanta, GA: American Cancer Society, 2014.