Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

Tamanho da fonte: 
Sociodemografia da mortalidade por câncer de pulmão no brasil na última década
Eduardo Frias Corrêa Oliveira, João Vitor Andrade, Carolina Souza Pinto, Jayne Ribeiro Elias, Luiza Possa Pereira, Shirley Aparecida da Silveira

Última alteração: 2019-10-15

Resumo


Introdução: atualmente a saúde pública assume as neoplasias como principal causa de mortandade tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento (ANDRADE et al., 2018). Sendo uma doença multifatorial, o câncer ocupa a segunda causa de morte a nível mundial (JEMAL, 2014). Dentre as dezenas de tipo de cânceres, o câncer de pulmão é sobremodo frequente e possui elevadas taxas de mortalidade (JEMAL, 2014). Caracterizado como um tumor maligno primitivo de natureza epitelial, relativamente mais comum do trato respiratório inferior e comumente é diagnosticado em homens, com histórico extenso de tabagismo, idade superior a 50 anos e sintomas e manifestações sistêmicas na região torácica (INCA, 2018). Enfatiza-se que muitos diagnósticos ocorrem em estágios avançados e em decorrência da ausência de ferramentas eficazes para o rastreamento, justificando assim os múltiplos diagnósticos tardios (JEMAL, 2014). O presente visa traçar o perfil da mortalidade por câncer de pulmão no Brasil, na perspectiva de poder contribuir com a literatura que já possui a descrição das características, formas de diagnóstico, tratamento e cuidado para os pacientes acometidos pela doença. Assim, este estudo tem o potencial de auxiliar no planejamento de programas de promoção da saúde e prevenção do câncer de pulmão. Objetivo: identificar e descrever o perfil sociodemográfico da mortalidade por câncer de pulmão no Brasil na última década. Método: estudo quantitativo, descritivo, conduzido por meio da análise de dados secundários referentes à morte por câncer de pulmão no Brasil entre os anos de 2008 a 2017. Disponíveis na Internet por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, por meio dos registos do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde e (BRASIL, 2017). Considerou-se como câncer de pulmão, todas as mortes notificadas no período supracitado que segundo a Classificação Internacional de Doenças (10ª revisão), possuíam código CID – C34.  Para análise dos dados, fez-se uso do programa Microsoft Excel/Word 2013. Resultados: o quantitativo de óbitos em decorrência do câncer de pulmão no período analisado foi de 240.212. Houve predominância de mortalidade no sexo masculino 60,36%, podendo-se perceber que a taxa de mortalidade por câncer de pulmão entre homens e mulheres é de 3/1 respectivamente. Ressalta-se que 90,19% dos óbitos ocorreram em indivíduos na faixa etária de 40 a 69 anos, o que nos propicia inquietações, uma vez que indivíduos nesta idade, em sua maioria são membros da população economicamente ativa do país. Em relação ao estado civil, 48,7% dos indivíduos que vieram a óbito, eram casados. Fato este que se justifica, uma vez que na idade em que a doença é mais incidente, as pessoas já estão com suas vidas estabelecidas, seguindo os padrões socioculturais do país. No que tange a escolaridade, 36,42% tiveram de nenhum a três anos de estudo. Sendo o achado consoante com o que a literatura explicita que a baixa escolaridade se coloca como um fator de risco para o desenvolvimento da doença, bem como para a procura de um serviço de saúde e/ou continuidade do tratamento.  Ademais, no presente estudo revela que 63,13%, dos óbitos por câncer de pulmão ocorreram em indivíduos de cor/raça branca. Quanto a isso, não se encontrou uma relação direta na literatura, sendo fundamental o desenvolvimento de estudos que investiguem a relação do câncer de pulmão com raça/cor dos indivíduos. Conclusão: o perfil sociodemográfico da mortalidade por câncer de pulmão no Brasil é, sexo masculino, acima dos 40 anos, cor/raça branca, estado civil casado, tendo de nenhum a três anos de escolaridade. Com esta categorização temos demarcado um público especifico ao qual as futuras campanhas de prevenção do câncer de pulmão devem alcançar. Ressalta-se que é de fundamental importância combater o tabagismo, uma vez que este é a principal causa do câncer de pulmão. Por fim, demarca-se a necessidade de fortalecer parcerias institucionais afim de realizar ações efetivas e que cheguem até a comunidade, sobretudo o público referenciado acima.

Palavras-chave: Câncer; Estatística; Pulmão.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, J. V. et al. Anos Potenciais de Vida Perdidos no Brasil na última década em decorrência do Câncer. In: X SIMPÓSIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECONOLOGIA DE VIÇOSA, 10, 2018, Viçosa. Anais. Viçosa: FAVIÇOSA, Junho, 2018.  Disponível em: <https://academico.univicosa.com.br/revista/index.php/RevistaSimpac/article/view/1133>. acesso em 29 ago.  2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológicas. Sistema de Informações sobre Mortalidade, 2017. Disponível em: <tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def>. acesso em 29 ago.  2019.

CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997.

INCA - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2018. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/estimativa/2018/estimativa-2018.pdf>. acesso em 29 ago.  2019.

JEMAL, A. et al.  The Cancer Atlas. Second Ed. Atlanta, GA: American Cancer Society, 2014.