Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

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A CONSTRUÇÃO SOCIAL DO ESTIGMA EM MASCULINIDADE
Itamar Martins Firmino, Ivaldo Francisco de Oliveira Neto, Pedrita Reis Vargas Paulino

Última alteração: 2019-10-31

Resumo


Justificativa: Compreendendo o desenvolvimento natural da cultura e do pensamento social, nota-se o crescente interesse pelo pensamento da ideologia feminista, o qual, busca oferecer dignidade e um espaço mais equiparado para a mulher na sociedade. Em contraposição a este avanço, o estudo sobre o masculino e seus pensamentos sociais ficaram em segundo plano, fomentando o machismo velado e delimitando o que se considera masculino em sociedade. Numa sociedade em que tabus são geradores e perpetradores de violência, constante e cada vez mais normatizada, produzir conhecimento acessível e esclarecedor acerca da produção do estigma em masculinidade é de grande contribuição para o meio acadêmico e, principalmente, para a sociedade, uma vez que a compreensão do fenômeno e do processo aumenta a capacidade e possibilidade de produzir práticas e saberes, alinhados. Objetivo: O presente trabalho apresenta-se enquanto uma revisão teórica sobre estigma e masculinidade, a fim de basear um projeto de iniciação científica sobre a construção do estigma em torno da masculinidade por meio do processo de interação social e das normativas de gênero. Método: Busca nas bases Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) CAPES, Scielo, Redalyc e Google Acadêmico por artigos a partir dos descritores masculinidade, gênero, estigma, violência, relações sociais e identidade. Foram selecionados 17 artigos a partir de mais de 104 resultados por meio de leitura do resumo, buscando os que melhor se encaixavam aos objetivos do projeto. Para o alcance do objetivo proposto utilizou-se como metodologia a análise de conteúdo, do tipo estrutural e temática, que segue as etapas de (1) pré-análise, (2) exploração do material, (3) tratamento dos resultados e a (4) interpretação.  Resultados: Os 17 artigos, foram publicados em 14 periódicos diferentes, sendo duas publicações em livros. Todos os artigos foram publicados no Brasil, entre os anos 1985 a 2014. O maior volume de artigos ficou dividido igualmente em duas publicações, nos anos 1998, 2001, 2007 e 2012. Por se tratarem de estudos em torno de uma construção subjetiva, os mesmos conversaram entre si em alguns pontos, ora pendendo para questões específicas em torno da masculinidade, como: marcadores de gênero, violência, corpo, crise da masculinidade, identidade e estigma. Houve consenso com relação a importância dos estudos feministas para o surgimento de estudos sobre o masculino e de demais mecanismos sociais que o definem, bem como forte crítica às construções que concedem ao masculino um lugar de vítima na história de sua construção. Conclusões: Esta revisão bibliográfica, possibilitou a compreensão da pluralidade de formas de ser homem, das variadas e complexas nuances que caracterizam a relação de poder entre os indivíduos na sociedade, bem como identificar os fatores geradores de machismo e da inferiorização do feminino na sociedade. Sugere-se, a partir da baixa produção observada na literatura nacional, mais investigações acerca da construção do estigma em torno da masculinidade nos contextos mais diversos, a partir do processo de interação social e das normativas de gênero. A revisão sugere a importância da discussão sobre masculinidade e normas de gênero para a compreensão das relações sociais, a formação de um grupo de discussão entre homens significa possibilitar a escuta e a reflexão sobre o tema das identidades e masculinidades.