Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

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DISFUNÇÕES NO PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL E MORTALIDADE MATERNA NO ESTADO DE MINAS GERAIS EM DECORRÊNCIA DESTAS
Michelly Aparecida da Silva Medeiros, João Vitor Andrade, Amanda de Macedo Silva, Marina Barbosa Bonisson, Luiza Possa Pereira, Eduardo Frias Corrêa Oliveira

Última alteração: 2019-10-15

Resumo


Introdução: o nascimento é um processo natural, de natureza íntima e privada, sendo um momento partilhado entre as mulheres e seus familiares. Buscando proporcionar um melhor atendimento as mães durante o processo de parir, a Organização Mundial de Saúde, institui um documento, denominado plano de parto. Sabe-se que a mortalidade materna, constitui-se em um importante indicador do acesso à assistência à saúde e da organização do sistema em corresponder às necessidades, estando então estreitamente relacionada ao status da saúde da mulher (ZIMMERMMANN et al, 2009). Logo é fundamental agregar informações concernentes aos níveis e tendências da mortalidade materna, não somente pelo que ela estima em relação aos riscos do período gravídico-puerperal, mas também pelo que significa na saúde, em geral, da mulher e, por extensão, sua relação com o perfil sociodemográfico da mulher (ZIMMERMMANN et al, 2009). Objetivo: quantificar o impacto dos óbitos ocorridos em Minas Gerias em decorrência das disfunções no período gravídico-puerperal na última década. Método: trata-se de um estudo conduzido com dados secundários referentes às mortes por disfunções no período gravídico-puerperal no estado de Minas Gerais. Sendo estas informações referentes aos óbitos nos anos de 2008 a 2018, alocados no Sistema de Informação sobre Mortalidade - SIM, do Ministério da Saúde e disponíveis na Internet por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - DATASUS. O intervalo temporal foi delimitado com o objetivo de se estabelecer uma série histórica que permitisse comparação das frequências anuais de óbitos. As variáveis coletadas foram: ano do óbito, grupo etário, sexo e causa de óbito, sendo esta, baseada no Capitulo XV: “Gravidez, parto e puerpério” da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - 10ª revisão. Os dados foram analisados no programa Microsoft Excel/Word 2013. Resultados: o quantitativo de óbitos notificados no SIM, ocorridos de 2008 a 2018 em Minas Gerais em decorrência das disfunções no período gravídico-puerperal foi de 1.137. Houve predominância na faixa etária de 30 a 39 anos, representado 488 (42,92%) óbitos, sendo a segunda faixa etária mais prevalente, a de 20 a 29 anos, estando está relacionada a 432 óbitos (37,99%). Em relação a raça/cor, 59,89% das mulheres eram negras (sendo o somatório de da raça/cor negra com a parda, segundo o IBGE), logo percebemos que mulheres negras padecem mais que as mulheres brancas (13,01%), em decorrência das disfunções no período gravídico-puerperal.   Com relação a escolaridade, em 298 (26,20%) óbitos, e em 484 (42,56%) casos as mulheres possuíam oito anos de estudo ou mais, logo o acesso a informação não se colocou como um fator de risco, visto que mulheres mais estudas morreram mais do que as menos estudas. Os dados analisados no estudo em questão demonstram que 399 (35,09%) tinham estado civil no status de solteira, e 349 (30,69%) eram casadas. 898 (78,97%) dos óbitos estavam diretamente relacionados ao processo de parto, logo é de fundamental importância uma melhor formação dos profissionais de saúde, bem como a sensibilização destes para o cuidado com mulheres no período gravídico-puerperal. Conclusão: a mortalidade materna é um problema de saúde pública no estado de Minas Gerais, sendo fundamental a realização de novos estudos na temática, a fim de analisar os múltiplos fatores correlacionados a esse indicador. Conhecer a expressão e magnitude deste fenômeno, tanto em aspectos quantitativos quanto qualitativos, pode oferecer subsídios para que sejam implementas ações efetivas para planejar e estruturar medidas com potencial para conter a elevação deste indicador, promover qualidade de vida e oferecer saúde à população, sobretudo a mulher no período gravídico-puerperal.

Palavras-chave: mortalidade; gravídico-puerperal; saúde da mulher.

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológicas. Sistema de Informações sobre Mortalidade, 2015. Disponível em: <tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def>. Acesso em: 2019-09-06.

CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997. vol.1. 5. Organização Mundial da Saúde.

ZIMMERMMANN, J.B. et al. Complicações puerperais associadas à via de parto. Revista Medica, Minas Gerais, 2009; 19(2), pág: 109-116.