Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

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UMA POSSÍVEL ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO PARA A MORTALIDADE POR DIABETES NO BRASIL
João Vitor Andrade, Eduardo Frias Corrêa Oliveira, Marília Dutra Teixeira, Jayne Ribeiro Elias, Carolina Souza Pinto, Luiza Possa Pereira, Shirley Aparecida da Silveira

Última alteração: 2019-10-15

Resumo


Introdução: o Diabetes Mellitus (DM) não se constitui como uma única doença, e sim como um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos tendo como semelhança a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação e/ou secreção de insulina (OPAS, 2019). A prevalência do DM cresce no decorrer dos anos, devido à urbanização, ao aumento do envelhecimento populacional, e aos fatores de risco (KIRCHNER e MARINHO-CASANOVA, 2014). Caracterizando-se como complexa interação entre fatores genéticos, fisiológicos e estilos de vida que contribuem na etiologia da doença (KUMAR, LOOI, RAPHAEL. 2018). Atualmente, estima-se que a população mundial com diabetes seja de aproximadamente 387 milhões pessoas, e que em 2035 será de 592 milhões (OPAS, 2019). Em âmbito nacional, o DM também representa um problema de saúde de grande magnitude (KUMAR, LOOI, RAPHAEL. 2018). Tanto que em 2014, o Brasil ocupou a quarta posição entre os países com maior número de indivíduos com diabéticos, tendo cerca de 12 milhões de indivíduos na faixa etária de 20 a 79 anos com a doença (BRASIL, 2017). Objetivo: problematizar o perfil da mortalidade, quantificar os óbitos em decorrência da doença nos últimos cinco anos. E delimitar algumas estratégias para alterar essa realidade. Método: o presente, caracteriza-se constitui-se como um estudo quantitativo, descritivo para traçar o perfil dos óbitos ocorridos por DM no Brasil entre os anos de 2013 a 2017. Para tal, utilizou-se dados secundários que estão alocados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (BRASIL, 2017). Para clarificação do que são causas externas, utilizou-se a Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão. Para análise dos dados, utilizou-se o programa Microsoft Excel/Word 2013. Resultados: sendo a sexta maior causa de morte no Brasil, o DM no período analisado foi responsável por 300.424 óbitos. Destes, 44,03% ocorreram na região Sudeste e 29,93% na região Nordeste. Na análise, constata-se que 98,71% dos indivíduos tinham idade superior a 30 anos e 56,67% eram do sexo masculino. Houve um aumento de 2,82% dos óbitos por DM em relação à mortalidade geral no período analisado. Ser do sexo masculino, ter sobrepeso, hipertensão arterial e idade superior a 30 anos são fatores de risco para o desenvolvimento do DM. A doença é uma causa de morbimortalidade prevenível, principalmente por hábitos saudáveis de vida. O Ministério da Saúde tem buscado qualificar e ampliar o atendimento, através da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e dos demais pontos de atenção, priorizando uma articulação das redes de atenção à saúde. Nessa perspectiva, pelo presente, explicita-se que é imprescindível que os serviços de saúde, principalmente a ESF, se coloque como corresponsável pelo cuidado com os indivíduos. Pois a literatura demonstra que com a ESF funcionante, teremos a resolução de 80% das demandas em saúde de nossa população.   Conclusão: o DM e as demais doenças crônicas não transmissíveis estão entre as principais causas de mortalidade no Brasil. Logo é necessário o fortalecimento nos investimentos e nas políticas de prevenção e controle deste problema. Sobretudo no que tange ao Sistema Único de Saúde, sendo fundamental que a ESF assuma seu papel de porta de entrada do serviço e esteja apta a acolher, atender, encaminhar, acompanhar e tratar os pacientes já diagnosticados. Ademais, ratifica-se o compromisso que os setores de saúde devem ter com a prevenção, promoção, tratamento e reabilitação em saúde.

Palavras-chave: mortalidade; diabetes; saúde integral.

 

Referências:

CID-10 Classificação Estatística Internaonal de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997.

OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde. Diabetes Mellitus. 2019. Disponível em: < https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=394:diabetes-mellitus&Itemid=463>. Acesso em 29 ago.  2019

SIM - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológicas. Sistema de Informações sobre Mortalidade, 2017. Disponível em: <tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def>. Acesso em 29 ago.  2019

KUMAR, R.; LOOI, J.C. RAPHAEL B. Type 2 diabete mellitus, cognition brain and aging: A brief review. Indian, psychiatry supplement, January 2018.

KIRCHNER, L. F.; MARINHO-CASANOVA, M. L. Avaliação da adesão ao tratamento do diabetes mellitus: revisão de literatura. Est. Inter. Psicol.,  Londrina ,  v. 5, n. 1, p. 45-63, jun.  2014.   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-64072014000100004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 29 ago.  2019