Última alteração: 2019-10-15
Resumo
Introdução: em decorrência da transição epidemiológica, demográfica e nutricional as doenças cardiovasculares emergem como um problema mundial de saúde pública, sobretudo pelo seu impacto na mortalidade das populações (BANZATTO, 2016). Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), explicitam que em 2015, as doenças cardiovasculares levaram 17,7 milhões de pessoas a óbito, representando 31% de todas as mortes à nível global. Mais de três quartos destes óbitos ocorrem em países subdesenvolvidos. Seguindo essa tendência mundial, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 349.642 óbitos no Brasil no ano de 2015 (BRASIL, 2017). Frente a isso, tornasse de fundamental importância a compreensão da mortalidade prematura como expressão socioeconômica do valor que possui a morte (BANZATTO, 2016). Visto que um óbito, ocorrido na faixa etária de 15 a 64 anos, atinge a população economicamente ativa, que está em seu período de alta produtividade e criatividade, gerando prejuízos não somente ao nicho familiar do indivíduo, mas para toda sociedade. Objetivo: qualificar por meio dos Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP), o impacto dos óbitos no Brasil, ocorridos na última década em decorrência das doenças do aparelho circulatório. Método: o presente constitui-se em um estudo quantitativo, feito com base em dados secundários referentes à morte por doenças do aparelho circulatório no Brasil entre os anos de 2008 a 2017, alocados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (BRASIL, 2017). Para a definição clara do que são doenças do aparelho circulatório, utilizou-se a Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão, tendo como base os códigos CID - I00 até I99. Para a contabilização dos APVP fez-se utilizo da técnica descrita por Andrade e colaboradores (2018). Para análise dos dados, utilizou-se o programa Microsoft Excel/Word 2013. Resultados: o quantitativo de pessoas até 70 anos que foram a óbito devido a doenças do aparelho circulatório foi de 3.383.321, o que totaliza 19.782.295 APVP. Do total geral dos óbitos 87,54% ocorreram em idade economicamente ativa (15 a 64 anos), totalizando 17.317.421,043 APVP. Ante a resultado explicitado no presente, ressalta-se que a morte prematura influência a economia do país, visto que um indivíduo na população economicamente ativa, está em seu período de alta produtividade e criatividade; portanto a sociedade como um todo, será privada do potencial econômico e intelectual deste indivíduo, caso ele morra neste período. Ademais, destaca-se que houve um aumento de 12% nos óbitos por doenças do aparelho circulatório no período analisado. Frente a esse contexto é imprescindível trabalhar com a população adulta estratégias de captação de portadores destas doenças afim de realizar intervenção em tempo efetivo, bem como acompanhamento visando a promoção da saúde e reabilitação destes indivíduos. Conclusão: doenças do aparelho circulatório são responsáveis pela perda de muitos anos potenciais de vida, atingindo de forma direta a sociedade, sobretudo em relação aos aspectos socioeconômicos. Ademais, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias em toda a rede de atenção à saúde. Para que possamos oportunizar em todos os níveis de atenção, ações de promoção da saúde, prevenção, tratamento e reabilitação dos agravos à saúde, bem como atendimento universal, integral e equânime.
Palavras-chave: mortalidade; apareçho circulatório ; anos potenciais de vida perdidos.
Referências:
ANDRADE, J. V. et al. Anos Potenciais de Vida Perdidos no Brasil na última década em decorrência do Câncer. In: X SIMPÓSIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECONOLOGIA DE VIÇOSA, 10, 2018, Viçosa. Anais. Viçosa: FAVIÇOSA, Junho, 2018. Disponível em: <https://academico.univicosa.com.br/revista/index.php/RevistaSimpac/article/view/1133>. acesso em 29 ago. 2019.
BANZATTO, S. Perfil de mortalidade no estado de São Paulo no período de 2003 a 2013: o indicador Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) e causas básicas de óbito. 2016. Dissertação (Mestrado em Saúde na Comunidade) - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2016. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-06012017-162347/>. Acesso em 29 ago. 2019
CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997.
OMS - Organização Mundial da Saúde. Doenças cardiovasculares. Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5253:doencas-cardiovasculares&Itemid=839>. Acesso em 29 ago. 2019
SIM - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológicas. Sistema de Informações sobre Mortalidade, 2017. Disponível em: <tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def>. Acesso em 29 ago. 2019