Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL III (2018)

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AS INTEMPÉRIES NA EDUCAÇÃO DO JOVEM NA EJA: as amarras da desvalorização e opressão social
Larissa Abranches Arthidoro Coelho Rocha, Lílian Maria Miranda Imperatori, Cristiano Andrade Quintão Coelho Rocha

Última alteração: 2018-10-21

Resumo


Introdução: A educação quando bem instituída acarreta grandes avanços, resultando um futuro com melhor posicionamento na sociedade. No entanto nem todos tem a chance de ter uma educação bem estruturada, no momento ideal das fases do desenvolvimento. Mesmo diante disso é importante explicitar que a educação é um direito de todos. Freire (1997) pregava a educação como uma necessidade e direito fundamental humano. Objetivo: Neste eixo, este trabalho, implica desenvolver reflexões voltadas para o ensino de jovens e adultos (EJA) tendo como foco a promoção do ensino, o desenvolvimento de jovens e como são colocados à margem de uma situação que já apresenta desvalorização. Metodologia: Quanto à metodologia, refere-se a um estudo das teorias de Paulo Freire com propósito de proporcionar análises sobre o lugar do jovem na educação da EJA. Resultados e discussão: Á níveis de regulamento, temos conhecimento que a modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos será destinada aos alunos que não tiveram acesso ou concluíram, na idade adequada, o ensino fundamental ou o ensino médio. A EJA apresenta perfis distintos em suas turmas, algumas apresentam o alunado de idades avançadas, outras de meio termo, há aquelas compostas de pessoas mais novas e aquelas que possuem um pouco de cada estilo. Dentro de uma instituição de ensino, não esperamos ver distinção, mas ainda sim acontece. E nesse caso a distinção, por vezes, acontece com o aluno jovem da EJA, que pode ser acometido pelo preconceito. No lugar de acolhimento, ocorre reprovação, fomentando a ideia de “indivíduo incompleto”, não integrado ou desadaptado à cultura escolar de EJA. Há uma crença arraigada, de que os jovens “atrapalham o estudo dos adultos e idosos” e estes acabam sendo, muitas vezes, denominados com frequência de bagunceiros, rebeldes e imaturos, como retrata Vale (2007). Preside neste âmbito, o fato de que a maior parte dessa experiência escolar é vivida por jovens de baixa renda, tendo contextos delicados em seus históricos. O profissional da educação que vai desenvolver a aula exige um olhar diferenciado, para além do âmago escolar, pois, como Arroyo (2005) observa estes jovens passam por trajetórias sociais em espaços deformadores ou formadores, onde participam, com vivências que não são apenas individuais, mas “vivências coletivas” de pobres, desempregados, na economia informal, nos limites da sobrevivência. O professor precisa ter a consciência que pode contribuir para progressos na vida dos alunos, dando a oportunidade de um futuro melhor, mas também pode ser responsável por ele não permanecer e acabar escolhendo outros modos para viver. Quando se fala de minorias e não privilegiados descreve-se pessoas que não acreditam no seu potencial e capacidade que podem vencer, mas que contam com uma estatística pesando para a desistência. A responsabilidade de um educador na EJA é dobrada, pois além de ensinar irá educar e aguçar a sociabilidade do seu aluno, o mediando a ser um cidadão ativo. Conclusão: O desafio que Freire propõe é desenvolver a EJA na perspectiva da educação popular, onde o cidadão tece reflexões e direciona-se a viver ativamente sendo agente participativo no processo democrático. Dada as circunstâncias, reformular os processos de ensino aprendizagem que apresentam ainda abundante preocupação com o ensino e não tanto com a aprendizagem, é um passo essencial.  Tornando-se um dos grandes pilares para a evolução do indivíduo em termos de qualidade educativa e social. Trazer o educando para o foco do ensino, dar espaço para reflexão, entender os meios sociais envolvidos é de extrema importância para que a educação desses jovens se torne real e deixe de ser conteúdo decorado. Freire sempre desafiou e questionou para chegar à conclusão de suas teorias e estudo. Na educação não haverá mudança sem desafiar o que já existe e sem questionar o que é imposto. O saber se constrói quantas vezes for necessário, mas para que esse processo exista as portas precisam ser abertas para todo e qualquer aluno. A pedagogia da autonomia de Freire (1996) é “fundada na ética, no respeito à dignidade e a própria autonomia do educando” (p.11). Neste cerne, as práticas pedagógicas na educação de jovens e adultos devem ser alicerçadas a maiores possibilidades de inserção social e a formação integral do aluno, agente transformador da própria história.


Palavras-chave


Educação; EJA; Desenvolvimento; Jovens; Aprendizado; Recursos.