Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL III (2018)

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ANÁLISE ESTATÍSTICA DA MORTALIDADE POR TRAUMA NO BRASIL NAS ÚLTIMAS DUAS DÉCADAS
João Vitor Andrade, Marina Barbosa Bonisson, Amanda de Macedo Silva, Luiza Possa Pereira, Ana Luiza Rodrigues Lins

Última alteração: 2018-10-10

Resumo


INTRODUÇÃO: A palavra ‘trauma’ significa ‘ferida’, ligada a acontecimentos não previstos e indesejáveis que atingem indivíduos neles envolvidos, produzindo-lhes alguma forma de lesão ou danos. É um problema de saúde pública intensificado pelas desigualdades sociais, que gera impacto na morbimortalidade da população1. No Brasil, destaca-se, nos últimos anos, o crescimento absoluto e relativo da mortalidade por Causas Externas (CE), o que tem impulsionado o desenvolvimento de políticas voltadas ao fortalecimento da Rede de Atenção às Urgências (RUE)2. OBJETIVO: Descrever os óbitos ocasionados por CE no Brasil nas últimas duas décadas. METODOLOGIA: Trata-se de estudo descritivo para traçar o perfil dos óbitos ocorridos por CE no Brasil entre os anos de 1996 a 2015. A coleta dos dados foi realizada no mês de agosto de 2017, através da consulta ao Sistema de Informações de Mortalidade, sobre óbitos ocasionados por CE no período selecionado. Os dados foram sistematizados em tabelas de distribuição de frequência para apresentação descritiva dos achados. RESULTADOS: As CE são a terceira maior causa de morte no Brasil, e nos últimos vinte anos foi responsável por 2.656.875 óbitos, o que corresponde a 12,61% do total de óbitos ocorrido neste período. Destes, 43,76% ocorreram na região Sudeste e 26,39% na região Nordeste. Houve uma diminuição de 1,07% dos óbitos por CE em relação à mortalidade geral no período analisado. DISCUSSÃO: Relacionados diretamente à violência, os óbitos por CE, tem maior ocorrência nas regiões metropolitanas, principalmente entre os jovens3. Pessoas do sexo masculino são as vítimas mais frequentes e as principais causas etiológicas são ferimentos por armas de fogo e acidentes de trânsito4. O Ministério da Saúde tem buscado qualificar o atendimento a pacientes em situações de urgência, através da RUE e do Programa S.O.S Emergências, priorizando uma articulação integrada entre os equipamentos de saúde, com intuito de proporcionar um acesso humanizado, qualificado e ampliado, propiciando um atendimento ágil e oportuno. CONCLUSÃO: As mortes por trauma representam as principais causas de mortalidade no Brasil, e não sofreu muitas variações nas últimas duas décadas. Visto que há impacto dos anos potenciais de vida perdidos por CE, o que representa elevado custo social decorrente de uma causa de óbito prevenível, é necessário o fortalecimento nos investimentos e nas políticas de prevenção e controle deste problema.


Palavras-chave


Trauma, Mortalidade, Epidemiologia

Referências


  1. MONTEZELI, J. H. et al. Enfermagem em emergência: humanização do atendimento inicial ao politraumatizado à luz da teoria de Imogene King. Cogitare Enferm. [Internet].  2009 abr-jun [acesso em 2018 set 25]; 14(2):384-387. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/15634
  2. BRASIL. Portaria nº 1.600, de 7 de julho de 2011. Reformula a política nacional de atenção às urgências e institui a rede de atenção às urgências no Sistema Único de Saúde (SUS). Ministério da Saúde. 2011. [acesso em 2018 set 25]; Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1600_07_07_2011.html.
  3. GONSAGA, R. A. T. et al. Avaliação da mortalidade por causas externas. Rev. Col. Bras. Cir. [Internet]. 2012 [acesso em 2018 set 25]; 39(4):263-267. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69912012000400004.
  4. CAVALCANTI, A. L.; MONTEIRO, B. V. B.       Mortalidade por causas externas em adultos no município de Campina Grande, Paraíba, Brasil.     Sci. Med. [Internet]. 2008 out-dez [acesso em 2018 set 25]; 18(4):160-165. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/scientiamedica/ojs/index.php/scientiamedica/article/viewFile/3915/3514