Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL III (2018)

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O ENSINO DA LIBRAS PARA ACADÊMICOS DE MEDICINA: atendimento humanizado e melhor entendimento para pessoas com deficiência auditiva
Larissa Abranches Arthidoro Coelho Rocha, Rodolfo Neiva Pires, Cristiano Andrade Quintão Coelho Rocha

Última alteração: 2018-10-10

Resumo


Introdução: Atualmente, no Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) ainda é pouco utilizada por profissionais de saúde. Tendo em vista as necessidades de inclusão de pessoas com deficiência auditiva, tornou-se necessária a inserção, na grade curricular das escolas médicas, o estudo dessa língua, visto este grupo de pessoas, apresentar dificuldade na comunicação com o profissional de saúde, que na maioria das vezes também não está apto a se comunicar de forma adequada com os mesmos. É notório que existe uma falsa impressão de que os serviços e profissionais estejam atendendo às necessidades desse grupo de forma satisfatória (World Health Organization, 2011; Costa et al. 2009). Dada a importância deste fato, foi sancionada a Lei nº 10.436, de abril de 2002, que reconhece oficialmente a LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão, e o decreto 5.626, de 2005, que determina a obrigatoriedade do ensino da LIBRAS nos cursos de formação superior. O obstáculo da deficiência auditiva induziu os deficientes auditivos a compreenderem e interagirem com as pessoas por experiências visuais, atingindo o ponto de criar uma cultura própria, na maioria das vezes incompreendida pelas pessoas que não aprenderam LIBRAS. Pessoas com deficiência auditiva que se comunicam através da Língua Brasileira de Sinais acabam procurando os serviços de saúde com menos frequência e aguardam a disponibilidade de uma pessoa próxima que possa desempenhar esse papel, adiando a visita ao profissional de saúde de forma prolongada (Chaveiro, 2007). O estudo da língua de sinais pelos profissionais médicos permite aos pacientes com deficiência auditiva expressarem, de forma mais fidedigna, suas queixas clínicas, proporcionando atendimento mais adequado por parte do profissional. Assim, pacientes que possuem esse tipo de deficiência poderão buscar ajuda com maior frequência junto aos diversos estabelecimentos de saúde, os quais poderão proporcionar maior resolutividade às suas queixas, além de possibilitar maior foco à saúde preventiva desses pacientes. Objetivo: Por meio de revisão de literatura conscientizar acerca da importância da LIBRAS no atendimento ao paciente com deficiência auditiva. Metodologia: O método de pesquisa se baseia na revisão bibliográfica de leis asseguradas por meio de Políticas Públicas assim como no estudo de crenças de médicos em formação, acerca das pessoas surdas, antes e após o estudo na disciplina LIBRAS. Conclusão: No Brasil existem mais de 9,7 milhões de pessoas com algum problema auditivo, representando parte considerável de nossa população. Exaltando o texto constitucional, que prega o direito universal e irrestrito à saúde, fica claro que estes pacientes têm direito à comunicação compreensível e eficaz com o profissional da saúde, permitindo que suas queixas sejam mais bem compreendidas e solucionadas. Conclui-se que a formação de médicos capacitados a comunicação em LIBRAS proporciona significativa melhoria na forma de atendimento e abordagem desses pacientes, abrindo novas perspectivas para práticas inclusivas e, com isso, proporcionando maior resolutividade às demandas de saúde dos deficientes auditivos.


Palavras-chave


LIBRAS; Atendimento; Contato direto; Saúde; Deficientes Auditivos.