Última alteração: 2018-10-10
Resumo
Introdução: Muito se deve pensar e refletir, sobre a implantação da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como disciplina obrigatória, e não apenas optativa, nos cursos destinados a área da saúde (Medicina, Educação Física, Odontologia, Fisioterapia, Nutrição, etc.). Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no ano de 2016 demonstra a falta de qualificação no atendimento à pessoa surda, que alunos do 12º período de Medicina possuíam no momento do estudo. Objetivo: Com fins de orientar os profissionais do Sistema de Saúde, este documento demonstra a importância da capacitação dos mesmos, antes da formação. A LIBRAS permite melhor resolutividade e a universalidade dos problemas diários que se encontram no atendimento ao surdo. Metodologia: O método consiste em revisões de literatura, além de informações obtidas em sites de buscas, com a ênfase de conseguir uma maior abrangência no conhecimento e ambientação da Língua de Sinais no que concerne ao atendimento na área da saúde. Resultado e Discussão: A relação médico-paciente proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), onde o modelo padrão médico deve seguir o biopsicossocial, tendo uma visão holística e integrativa voltada ao paciente, normalmente não é adotada por profissionais da saúde no momento de realizar uma consulta. Na maioria das vezes, há fracasso no atendimento humanizado à pessoa surda, onde o médico necessita de um intérprete ou de um familiar para compreender seus sintomas e signos. O paciente que necessita de ajuda, normalmente se sente incomodado na presença de outras pessoas, quando requer momento íntimo com o médico, e talvez não expresse seus sentimentos naquele momento. Como consequência dessas frustações, muitas pessoas surdas adoecem e estão morrendo por falta de capacitação no atendimento, uma lástima mundialmente vivenciada todos os anos. Alunos de graduação em Medicina continuam saindo para a residência sem ter noção do atendimento ao surdo, isso acarreta sérios problemas para a saúde pública. São poucas as faculdades e universidades que exigem a disciplina de LIBRAS para a formação, as demais instituições formam profissionais sem qualificação para saber lidar em situações específicas. A pesquisa realizada pela UFMG demonstra que as maiorias dos futuros profissionais de saúde não tinham conhecimento na comunicação em LIBRAS, e a minoria obteve conhecimento através da internet ou curso extracurricular porque achavam importante a língua para o atendimento médico. Conclusão: Ainda que muitas instituições tenham evoluído quando adotaram a obrigatoriedade da LIBRAS na grade curricular de graduação na área da saúde, é indispensável à revisão e formulação de novas políticas que garantem a população surda o atendimento igualitário e integral como todas as demais parcelas populacionais recebem. Torna-se necessário promover esses métodos de comunicações na área da saúde, atribuindo aos estudantes e profissionais formados a obrigatoriedade do conhecimento em LIBRAS para que exerçam a profissão, Decerto a LIBRAS traz benefícios para ambos os pares na hora da consulta, resguarda o paciente surdo que é mais bem compreendido e por outro lado o médico, que passa a sentir-se confortável ao atender um paciente com necessidade específica.