Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL III (2018)

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O Fast Fashion e seus impactos socioambientais.
Ludimila Marinho Castro, Carlos Augusto Motta Murrer

Última alteração: 2018-10-17

Resumo


Faz-se notório que o atual sistema de produção e consumo vem, a largos passos, afetando o ecossistema e a vida futura do planeta. Presencia-se, diariamente, impactos ambientais degradantes e de sistemas de produção que exploram a mão de obra barata submetendo o trabalhador à situações precárias. Em meio a essa discussão emerge os efeitos causados por um modelo de produção e consumo acelerado, conhecido como fast fashion. Inserido na cadeia de produção do vestuário, e aliado à cultura do consumo excessivo, tal modelo é adotado por diversas marcas e visa tão somente a lucratividade. Neste tocante, o presente trabalho tem como escopo analisar os impactos socioambientais causados pelo fast fashion, bem como as implicações jurídicas sobre esse modelo de produção e consumo, além das medidas alternativas e suas aplicações na vida cotidiana.

O fast-fashion é um fenômeno da indústria do vestuário no qual o desenvolvimento, a produção e a distribuição das peças se dão de maneiras extremamente rápidas, tal estratégia acompanha a velocidade da moda, cada vez mais efêmera, e é inspirada nas diversas tendências que surgem a todo momento. Este modelo de produção e consumo é facilmente percebido nos grandes magazines multimarcas, em que em uma única estação são lançadas diversas coleções.

Objetiva-se, de forma específica, demonstrar os impactos ambientais gerados pelo fast fashion, desde o princípio do processo da produção do vestuário, iniciando-se no beneficiamento das fibras têxteis, até o descarte da peça pelo consumidor final e, sobre este ponto, identificar de que forma o Direito Ambiental tutela as questões, os bens e os direitos pertinentes a esta temática. Outro aspecto a ser abordado refere-se a mão de obra dos trabalhadores envolvidos na produção do Fast Fashion que,  em alguns casos, encontram-se em condições análogas ao trabalho escravo, neste tocante pretende-se averiguar a aplicação dos Direitos Humanos acerca de tal assunto. E por fim, como alternativa, serão analisados as medidas adotadas pela corrente contrária ao consumo excessivo impulsionado pelo modelo de produção e consumo em questão, em meio a um conceito de sustentabilidade.

Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, será feita uma análise bibliográfica e de documentos que tratem sobre o eixo central já exposto a fim de alcançar os objetivos supracitados.

No bojo das discussões sobre a necessidade de uma mudança no comportamento humano, quanto aos padrões de consumo cada vez mais excessivo, reflexo do capitalismo, surgem questões pertinentes aos efeitos causados por tal modelo no meio ambiente. O uso desenfreado dos recursos naturais já colocou a humanidade em déficit com o planeta, e ainda sim os produtos comercializados são cada vez mais obsoletos. Tal realidade é ainda mais evidente se tratando da moda. As coleções são lançadas cada vez mais rápidas e com um volume excessivo de modelos, características intrínsecas do Fast Fashion. Todavia, por trás das grandes coleções encontra-se um processo produtivo longo e que impacta diretamente o meio ambiente com o uso de recursos naturais e o descarte dos resíduos. Neste cenário as possíveis alternativas encontram-se entrelaçadas entre o Direito e medidas sustentáveis, que juntos podem minimizar os efeitos socioambientais degradantes causados pela cadeia produtiva do vestuário.


Palavras-chave


Fast fashion; Sustentabilidade; Consumo